Discussão do ordenamento do Cais do Abraão

A TurisAngra busca implementar o novo ordenamento já na próxima temporada

26 de abril de 2013
Na noite desta quinta-feira, 25, na Casa de Cultura da Vila do Abraão, a TurisAngra realizou uma reunião com o objetivo de iniciar, junto às empresas que operam no Cais de Turismo, as discussões sobre a melhor forma de operar o principal ponto de embarque e desembarque da Ilha Grande e um dos maiores da região. Para o presidente da fundação, Kaká Gibrail, as soluções precisam ser implementadas antes da alta temporada e o resultado das discussões afetará diretamente as obras de melhoria que o município pretende fazer no Cais do Abraão e no do Centro.

Cerca de 20 pessoas participaram do encontro, que definiu os quatro representantes, dos diversos setores que operam no local, que farão a interface entre as empresas usuárias do Cais de Turismo do Abraão e a Fundação. No próximo mês, acontecerá um segundo encontro onde as propostas serão discutidas.

No início da reunião Kaká Gibrail relatou alguns problemas que já foram identificados pela fundação e apresentou propostas. Dentre elas estão a identificação das plataformas do pier (para organizar as filas); a sonorização da estação; a redefinição do tempo limite para o embarque e desembarque; e a implementação do contato, via rádio, entre o cais e as embarcações, como já acontece em alguns portos de maior movimento. Uma antiga solicitação das empresas, a instalação de um guarda-corpo nas escadas de acesso da Estação, será implementada.

- Nosso objetivo é que somente empresas devidamente legalizadas operem em nossas Estações. Os critérios ainda serão decididos junto ao empresariado, mas a proposta é de limitar o número de embarcações e a implementar taxa de turismo, que será cobrada das empresas e reinvestida em melhorias no píer - explicou Kaká, que pretende utilizar recursos que já estão no caixa da TurisAngra para financiar as obras.

Os empresários presentes se mostraram otimistas com as propostas da fundação e ressaltaram que o cais tem períodos de baixa, alta e altíssima temporada - quando há, além do fluxo normal, o embarque e desembarque de cruzeiristas. Neste terceiro momento, há a necessidade de um ordenamento maior e da criação de soluções alternativas, como o embarque dos passageiros do navio diretamente nas escunas de passeios. Outra solicitação apresentada foi em relação à criação de uma plataforma para emergências, onde haveria prioridade para embarcações de emergência e para barcos com problemas mecânicos, estruturais ou com passageiros que precisem de socorro. Uma sugestão que será avaliada pelos empresários é a possibilidade da criação de horários alternativos de passeios com preços diferenciados.

- Precisamos diversificar nossa oferta de serviços e ainda assim diminuir a quantidade de embarcações simultâneas em locais como Cataguases e nas lagoas Azul e Verde - explicou um empresário.

Kaká afirmou também que a TurisAngra irá discutir com a empresa CCR Barcas uma solução para o problema dos cais operados pela empresa no município, que têm sérios problemas estruturais e precisam de reformas urgentes. Uma das propostas da concessionária é de que seja instalado, no Cais do Abraão e no de Santa Luzia, estruturas flutuantes que possibilitariam o embarque e o desembarque das barcas nestes locais. A TurisAngra está empenhada, junto à CCR Barcas, para que após o término das obras, essas melhorias sejam incorporadas ao patrimônio do município, para que ajudem a evitar congestionamentos nas estações. Kaká garantiu que irá exigir da empresa que essas obras aconteçam apenas em períodos de baixa temporada, quando os impactos das intervenções são menores. A instalação de um píer flutuante, como aconteceu na época da reforma do Cais de Turismo, também não está descartada.

- O píer do Abraão foi projetado para atender cerca de 40 saveiros por dia. Hoje este número chega a 100. Além disso temos a demanda dos catamarãs, táxi boats, lanchas e outras embarcações - destacou Kaká.

Uma outra demanda que depende do ordenamento do Cais do Abraão é a instalação de áreas do Projeto Nado Livre no local. Atualmente muitas embarcações param diretamente nas areias do Abraão. Com a instalação destas bóias a situação irá mudar. A TurisAngra também pretende estabelecer parcerias com o empresariado para garantir que este equipamento não seja vandalizado. Na Praia Grande, localizada na Estrada do Contorno, já há esse tipo de acordo.

Esta foi a primeira reunião entre as a TurisAngra e os diversos setores que compõe o trade Turístico do município com vistas a estabelecer regras que poderão fazer parte da Lei Municipal do Turismo, que está em gestação na fundação.