Começou nesta quinta-feira, dia 14, a primeira Feira Náutica Angra. O evento busca incrementar os negócios do setor náutico regional, expondo empresas de diversos portes ligadas ao segmento. A feira vai até o domingo, dia 17, das 14h às 22h, e promete ser mais um dos grandes eventos da cidade de Angra dos Reis. O ingresso são 3kg de alimentos não perecíveis, que serão repassados à Sociedade Pestalozzi e à Casa Abrigo da cidade. O dia de abertura, reservado para empresários, representantes do setor e convidados, contou com a presença da prefeita de Angra, Conceição Rabha.

 A Feira Náutica está sendo realizada pela empresa Nautisports, juntamente com a Prefeitura de Angra, através da Secretaria de Atividades Econômicas, e com o apoio de demais representantes do ramo. 

 – A abertura foi muito boa e já conseguimos fechar negócios – afirmou Eduardo Louro de Almeida, organizador do evento, sobre um dos principais objetivos da feira, que é aproximar os empresários do ramo.

 Um grande destaque da abertura da Feira Náutica Angra foi a palestra do navegador e escritor Amyr Klink. Ele falou sobre sua vivência na área da náutica e da navegação e, principalmente, sobre a falta de infraestrutura para o setor no país.

 – No Brasil não temos uma cultura náutica. A gestão pública não se interessa e acha que a náutica é coisa de gente rica e desocupada. Os empreendedores vêem o setor como um anexo, um ornamento. Muitas vezes eles fazem grandes empreendimentos imobiliários e com marinas ruins. As marinas no Brasil não funcionam direito – diz o navegador, que compara a realidade brasileira a de outros países: – Na Nova Zelândia, não existe uma cidade em que a prefeitura não construa uma ou duas marinas. São iniciativas públicas de gestão privada – explica.

 Klink falou também sobre o potencial da região da Baía da Ilha Grande para o setor e do quanto a náutica pode ser um mercado promissor, gerando muitos empregos e com alta remuneração.

 – Não há uns 20 lugares tão belos quanto esse no mundo, mas há milhares com melhor infraestrutura – disse o navegador, referindo-se à região de Angra e Paraty.

 Amir Klink elogiou o evento e a oportunidade que uma feira náutica como a de Angra significa para se discutir o assunto e estimular o setor.

 – Um evento como esse tem uma importância germinadora, para fazer o setor crescer, e serve para levantar discussões sobre os problemas – resumiu.    

 Estão presentes empresas como a Beneteau, Portofino, Coral, Real, Tools & Toys (Ferretti), Yamaha, Volvo Penta, Tramontini etc. Os amantes da náutica podem ir à feira por terra ou por mar. Há também representantes dos setores de hotelaria, restaurantes e do artesanato angrense.

 – A abertura superou as expectativas. Recebemos vários empresários, por meio da Firjan, que demonstraram interesse em investir no setor e em Angra – afirmou Dilson Affonso Filho, secretário de Atividades Econômicas. 

 Angra possui um grande potencial para o setor. O município se destaca por suas riquezas naturais e pela beleza de sua baía, repleta de ilhas e praias, além da Ilha Grande. Angra possui cenário e condições ideais para navegação de recreio. Em razão disso, o município tem a maior frota de embarcações de recreio do Brasil, com cerca de cinco mil embarcações. A região Costa Verde, que compreende também Paraty e Mangaratiba, soma um total de aproximadamente 7 mil embarcações, superando de longe regiões fortes, como o litoral paulista, Florianópolis, Salvador e Brasília, outros grandes polos do setor. A frota vem crescendo na região em uma média de 10% a 15% ao ano. Os estaleiros angrenses abrigam algumas das principais empresas do ramo.