A prefeita Conceição Rabha esteve no Morro da Carioca, na terça-feira, dia 13, para mais uma prestação de contas da Prefeitura de Angra. A comunidade pôde saber como anda a situação financeira da prefeitura, conhecer as principais ações destes primeiros meses de governo, fazer críticas e reivindicações. Conceição esteve acompanhada de alguns de seus secretários.

 O assunto mais discutido no Morro da Carioca foi a necessidade de obras de contenção e possíveis remoções. Agentes da Defesa Civil do município participaram do encontro e destacaram que o mapeamento final das áreas de risco está sendo concluído e deve sair nas próximas semanas. O laudo vem sendo feito com base em três estudos geotécnicos diferentes que estão sendo comparados. O gerente de Engenharia André Porto afirmou que o objetivo da Defesa Civil é remover o mínimo de residências possível.

 A obra do muro de contenção do Morro da Carioca será custeada pelo governo do estado e está orçada em R$ 10,1 milhões. A previsão de conclusão é de 10 meses. Durante a prestação de contas também foi anunciado um importante investimento em prevenção: 20 sirenes serão instaladas nas principais áreas de risco do município até novembro e o Morro da Carioca será contemplado.

 A prefeita ressaltou os investimentos do Minha Casa, Minha Vida que estão sendo feitos em Angra. A expectativa da prefeitura é que neste ano comecem as obras para a construção de 2.400 novas unidades habitacionais no município, que serão distribuídas em condomínios nos bairros da Banqueta, Monsuaba, Frade e Parque Mambucaba.

 Conceição aproveitou a oportunidade para esclarecer dúvidas sobre o aluguel social, destacando que, ao contrário de eventuais boatos, o benefício tem sido pago regularmente a pessoas que precisaram ser removidas de áreas de risco. Ela reiterou o posicionamento da Defesa Civil afirmando que o ideal é que seja removido o mínimo possível de casas do Morro da Carioca, mas as habitações que lá permanecerem terão que estar em segurança.

 – Quero deixá-los bastante tranquilos. Não vamos colocar a vida de ninguém em risco. A gente tem que ter responsabilidade. Hoje vocês têm um governo que quer que vocês tenham uma moradia digna, onde se possa viver com qualidade de vida.

 A reunião contou com o controlador-geral, João Duarte, falando sobre as contas do governo municipal. A atual gestão da Prefeitura de Angra herdou uma dívida de R$ 101,3 milhões da gestão passada. As dívidas fazem com que a prefeitura tenha dificuldades de fazer investimentos para a população neste primeiro ano de gestão. O montante da dívida inclui aluguéis, serviços de limpeza e vigilância, merenda escolar, medicamentos, transporte marítimo dos alunos da Ilha Grande, hospedagens, transporte aéreo de representantes do governo passado, encargos trabalhistas e uma série de outras despesas.

 Apesar das dificuldades, a prefeitura já realizou diversas ações e elas foram mostradas durante a prestação de contas: ordenamento da limpeza pública, contratação de médicos e professores, auditoria interna para apurar contratos firmados na gestão passada, retomada de obras paradas desde 2012, como as escolas municipais do Bonfim e do Parque das Palmeiras, o Centro de Informações da Serra D’Água e a contenção no Morro do Tatu.

 Os moradores também pediram, dentre outras coisas, melhorias no posto de saúde local, mais profissionais para a área de saúde bucal e a construção de uma área de lazer. A prefeita e sua equipe responderam afirmando que os problemas no posto serão analisados para a busca de soluções, inclusive a carência de profissionais. Quanto à área de lazer, a construção irá depender dos resultados apontados pelo mapeamento de risco.  
 
 – O governo está aqui para lhe dar voz, fazer com que você possa dialogar abertamente com o poder público. É dessa maneira que nós iremos governar a cidade – disse a prefeita aos moradores.