O Colégio Estadual Artur Vargas (Ceav), no Centro de Angra, sediou neste fim de semana, dias 11, 12 e 13, o VIII Encontro Estadual de Professores de Geografia do Rio de Janeiro (EEPG). O evento é promovido a cada dois anos pela Associação dos Geógrafos Brasileiros (AGB), seções Rio e Niterói, desde 1999. Realizado sempre em diferentes cidades do estado, o encontro é um espaço privilegiado para que os professores façam reflexões críticas sobre a ciência geográfica, troquem experiências sobre práticas pedagógicas e estimulem a formação política entre si. O VIII Encontro Estadual contou com o apoio da Prefeitura de Angra dos Reis. 

 O tema desta edição foi “Ser professora/professor de geografia no país da Copa: grandes obras, grandes eventos... e a educação pública?”. A partir do tema, foram debatidos alguns desafios colocados atualmente para a educação pública e o ensino de geografia em particular, como as recentes mudanças no processo de avaliação, nos currículos, nas formas e controle do trabalho docente.

 A abertura, na tarde de sexta-feira, foi feita com um debate sobre o tema principal, que teve a participação do professor e coordenador do Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação (Sepe), Caio Bezerra, e do jornalista e geógrafo Paulo Favero.

 O sábado foi dividido entre os relatos das experiências profissionais dos participantes, feitos na parte da manhã, e as discussões dos grupos de trabalho e oficinas, desenvolvidas à tarde e à noite. Os eixos temáticos foram “linguagens, mídias e novas tecnologias”, “comunidades tradicionais na educação básica”, “educação popular”, “geografia e relações étnico-raciais: 10 anos da lei 10.639 – quanto valem o professor e o aluno?”, “educação inclusiva”, “escola como espaço de conflito” e “fechar escola é crime”. As oficinas foram “Dez anos da lei 10.639 – novos rumos para o ensino da geografia”, “Educação geográfica e o uso sustentável do solo” e “Trabalho escravo contemporâneo: longe e/ou perto dos nossos olhos”.

 O tema principal foi abordado de forma transversal, se relacionando com diversos eixos das discussões. O modo como a educação pública vem sendo tratada em um país de grandes eventos foi um dos principais assuntos abordados. Os professores destacaram a importância da valorização do papel da escola pública e a necessidade de políticas de defesa da educação pública. Eles também ressaltaram, dentre outras questões, a importância da produção do conhecimento geográfico no engajamento das lutas sociais.

 No domingo, os professores realizaram a plenária final, na qual fizeram suas avaliações sobre o evento e um balanço das propostas elaboradas. Eles aprovaram uma moção de apoio ao Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra, Paraty e Ubatuba. As comunidades tradicionais da região reclamaram da dificuldade em preservar seus territórios e cultura. Os professores elogiaram a escolha de Angra dos Reis para sediar o encontro e o apoio que foi disponibilizado no Ceav, que possibilitaram que os participantes ficassem melhor alojados e concentrados no evento. Após a plenária final, foi feito um city tour pela cidade.      

 Mais informações sobre o VIII Encontro Estadual de Professores de Geografia do Rio de Janeiro podem ser obtidas por meio dos portais da Associação dos Geógrafos Brasileiros da seção Rio (http://agb-rio.webnode.com.br/) e da seção Niterói (http://www.agbniteroi.org.br/).