Cultuar retoma projeto "Angra salva sua memória"

Exposição homenageou Alípio Mendes e frei Inácio da Conceição

10 de setembro de 2013
O "Angra salva sua memória", foi retomado pela Gerência de Patrimônio Histórico da Fundação Cultural de Angra dos Reis (Cultuar). O projeto, que tem o intuito de prestar homenagens a angrenses que contribuíram para o crescimento cultural da cidade ao longo da sua história, estava parado há mais de cinco anos e nesta segunda-feira, voltou com força total.

Nesta edição, o projeto fez um tributo à memória de dois ilustres angrenses: Alípio Mendes e frei Inácio da Conceição. O diretor executivo da Cultuar, Marcelo Tavares, acompanhou a exposição.

O escritor Alípio Mendes nasceu em 9 de setembro de 1921 e mesmo sem o curso primário completo se tornou um dos maiores escritores da cidade. Foi articulista e responsável pela editoração de dois grandes jornais da sua época ("O Angrense" e "Gazeta de Angra"), além de escrever vários livros. Alípio Mendes também foi idealizador e fundador do Ateneu Angrense de Letras e Artes, instituição que até hoje divulga a cultura em nosso município. O escritor faleceu em 6 de janeiro de 1998.

O outro homenageado é frei Inácio da Conceição, nascido em 7 de maio de 1837. Estudou no Seminário da Santíssima Trindade, em Jacuecanga, e no Convento do Carmo, no Rio de Janeiro. Após a ordenação sacerdotal, voltou para a Angra para servir no Convento do Carmo onde foi prior, cargo mais elevado na hierarquia dos carmelitas no Brasil.

Seu trabalho se destacou no convento e o então frei Inácio chegou a receber a visita de D. Pedro II e foi chamado de "pai dos pobres". Após a proibição pelo Império dos votos monásticos e o desaparecimento dos velhos sacerdotes, frei Inácio viveu sozinho no Convento do Carmo e veio a falecer em 8 de setembro de 1916. Seu corpo foi enterrado na sacristia do convento.

EXPOSIÇÃO DE OBRAS

Uma mostra na entrada do Convento do Carmo reuniu edições de vários livros de Alípio Mendes com destaque para "Ouro, incenso e mirra", "O velho convento", "A Santa Casa de Angra" e "Os barões de Angra". Há ainda uma edição encadernada do jornal "Gazeta de Angra", de 1966.

Entre as peças também pode ser encontrado um quadro de litografias dos séculos XVII e XVIII com as fotos dos frades carmelitas do Brasil que foi recuperado em 1992.

Outro destaque são os carimbos do século XIX usados por frei Inácio para identificar a presença dos carmelitas em Angra e em seus registros, através de muitas cartas pessoais. Os carimbos trazem o brazão dos carmelitas com as três estrelas, que significam os profetas Elias e Eliseu e Nossa Senhora do Carmo.