Apoio aos pescadores da Baía da Ilha Grande
Projeto do governo federal é discutido com representantes da Prefeitura de Angra

Representantes de várias secretarias da Prefeitura de Angra se reuniram nessa quinta-feira, dia 4, com a equipe do Núcleo de Pesquisa Aplicada em Aquicultura e Pesca – Sudeste II. A reunião foi realizada no Salão Nobre da prefeitura com o objetivo de buscar a integração do governo municipal com o núcleo e serviu para que a equipe apresentasse o projeto da Baía da Ilha Grande, que contempla pescadores e aquicultores de Angra, Mangaratiba e Paraty. O objetivo do projeto é contribuir para a melhora da qualidade de vida e da produção das comunidades ligadas aos setores.
O superintendente do Ministério da Pesca no estado do Rio de Janeiro, Antônio Emilio Santos, e o secretário municipal de Pesca, Julio Magno Ramos, participaram do encontro. Também estiveram presentes membros das secretarias de Ação Social, Atividades Econômicas, Meio Ambiente, Educação e Fusar. Representantes de instituições de ensino como o Cefet, UFF e UFRJ também participaram.
O Núcleo de Pesquisa Aplicada em Aquicultura e Pesca é uma iniciativa do governo federal e começou em 2006, por articulação dos ministérios da Educação e da Pesca. Trata-se de um programa de formação humana para atender as comunidades ligadas à pesca e aquicultura no Brasil, o que inclui os trabalhadores e seus familiares, visando à inclusão social, promoção do desenvolvimento humano e social e também o aumento da produção pesqueira no país.
Na Baía da Ilha Grande, a equipe Sudeste II iniciou um trabalho de avaliação e coleta de dados em junho do ano passado. De lá para cá, os membros do projeto vêm estudando o local e mantendo contato com os pescadores, analisando seu contexto social e modo de produção, visitando famílias e identificando as principais dificuldades enfrentadas.
– Na área de ação social, por exemplo, vimos problemas de drogas e alcoolismo inseridos nas comunidades de pescadores. Também há casos de depressão, principalmente entre mulheres de pescadores. Outro problema é a falta de qualificação de alguns pescadores para gerir suas atividades. Precisamos ajudá-los oferecendo-lhes acesso ao conhecimento, principalmente na área de gestão. Não precisamos ensinar o pescador a pescar. Isso ele sabe. A questão toda é como ele deve trabalhar com o resultado da pesca. Porque o mundo evoluiu – explicou Edson Lopes Guedes, coordenador do núcleo.
O programa envolve ações integradas entre os ministérios da Pesca, da Educação e também das prefeituras, em diversas áreas, como saúde, educação, pesca e meio ambiente. As ações dizem respeito à cursos de qualificação profissional, incentivo ao empreendedorismo, apoio a cooperativas e entrepostos comerciais, assistência social etc.
– No Núcleo de Pesquisa Aplicada Sudeste II, temos várias coordenações e elas irão trabalhar de forma integrada com as secretarias municipais. A nossa coordenação de ações sociais será integrada à Secretaria de Ação Social, nossa coordenação de saúde será integrada à Fusar, a de Meio Ambiente será integrada a Secretaria de Meio Ambiente, nossa rede de ensino irá trabalhar com a Secretaria de Educação – explica Edson Lopes Guedes, que ressaltou que as ações serão feitas em conjunto pelas respectivas coordenações e secretarias municipais.
A Prefeitura de Angra foi a primeira das três que fazem parte da Baía da Ilha Grande a ter uma reunião oficial com o núcleo. Novos encontros serão realizados e o próximo passo é que o mesmo tipo de reunião seja feito também com os governos municipais de Mangaratiba e Paraty.
– Com isso o nosso objetivo é universalizar o projeto para que ele seja implementado uniformemente em toda a Baía da Ilha Grande. Todas as prefeituras estarão inseridas. Sem a participação e integração dos municípios ele não acontece – afirma o coordenador.