Depois de quatro meses instalado na Praia da Tapera, o tanque-rede que abrigava cerca de 100 espécies variadas de serranídeos, foi danificado e os peixes sumiram. Este tanque-rede é o primeiro do projeto experimental da Secretaria de Pesca. No Brasil é a primeira vez que se criam peixes de água salgada em cativeiro.
O coordenador de Aqüicultura, da Secretaria de Pesca, André Araújo, registrou o fato na Delegacia Policial. Aparentemente, segundo o coordenador, houve vandalismo. O fundo da rede que encobre o tanque tinha um corte, por onde, provavelmente, escaparam os peixes que ainda não estavam prontos para comercialização.
- Estivemos na semana passada no local para abastecer o tanque-rede com mais espécies depois da coleta. E verificamos que tudo estava normal. Esse trabalho tem sido rotineiro desde a implantação em março deste ano. Ontem (terça, 10) verificamos que os peixes desapareceram, - contou o coordenador.
A prefeitura, através da Secretaria de Pesca, instalou mais um tanque-rede na Praia da Tapera esta semana. Na quarta-feira, eles foram visitados por representantes da Fiperj, da Universidade Santa Úrsula, da Associação de Maricultores do Litoral Sul Fluminense, e por maricultores de Paraty, Mangaratiba, Sepetiba e Niterói. O objetivo foi o de conhecer o trabalho desenvolvido e a técnica utilizada pelo Município na criação de peixes em cativeiros.
Este projeto piloto foi concebido com a finalidade de solucionar parte das dificuldades enfrentadas pelo pescador artesanal da região. O objetivo deste projeto é diminuir o esforço de pesca extrativista, oferecendo alternativa de trabalho e renda, também, em época de defesos.
O nicho deste empreendimento, ainda em experiência, é a manutenção da cadeia produtiva de espécies ameaçadas de extinção e de grande valor comercial: os Serranídeos (garoupas, badejo e cherne). Estes peixes possuem alto valor de mercado, são extremamente adaptáveis a cultivos em pequenos tanques-rede, aceitam alimentação baseada em subprodutos da pesca e proporcionam uma atividade geradora de emprego e renda para as comunidades litorâneas.
- A concepção do projeto foi embasada na preservação deste estoque pesqueiro, engorda e comercialização. Estamos muito otimistas diante do fato de criarmos oportunidades favoráveis de alternativa de renda para a população, - adiantou o secretário Humberto Martins.
- A concepção do projeto foi embasada na preservação deste estoque pesqueiro, engorda e comercialização. Estamos muito otimistas diante do fato de criarmos oportunidades favoráveis de alternativa de renda para a população, - adiantou o secretário Humberto Martins.
Um ano é o prazo previsto para que as espécies em cativeiro estejam prontas para serem comercializadas. Ao final deste período os peixes terão em média dois quilos cada. Em torno de 750 peixes serão criados em tanques de 18 metros quadrados. Os peixes serão alimentados com os nutrientes naturais absorvidos em seu habitat e descarte de pescado. As espécies são capturadas na baía, com a autorização do Ibama. Depois de passarem pelo processo de retirada de impurezas, mergulhadas em recipientes com água doce por cinco minutos, são lançadas no tanque-rede onde serão observadas por biólogos da secretaria. Este projeto conta a parceria do Ibama, do Instituto de Pesca de Ubatuba e da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca.
Quem são os serranídeos e qual sua importância mundial ?
Os serranídeos (família Serranidae, sub-família Epinephelinae) compreendem 159 espécies distribuídas em 15 gêneros. Denominados genericamente por meros, chernes, garoupas e badejos, apresentam geralmente rápido crescimento e resistência ao manejo, sendo indicados para sistemas intensivos de criação. Além disso, possuem excelentes características para processamento pós-colheita.
A par dessas qualidades da família estes peixes alcançam um elevado preço de mercado e são importantes também para a pesca esportiva e para o turismo subaquático, já sofrendo inclusive sobrepesca em diversas áreas, o que reforça a oportunidade de sua utilização em piscicultura marinha. Diversas espécies de serranídeos ocorrem em ambientes costeiros do litoral do Brasil.
Os maiores produtores de serranídeos cultivados são Taiwan, Singapura, Tailândia, Hong Kong, Indonésia, China, Malásia, Vietnã e Filipinas, todos do Sudeste Asiático. A importância do cultivo de serranideos nessa região é tão grande que governos, como o da Tailândia, consideram-no uma das prioridades nacionais. A produção de serranídeos no Sudeste Asiático já supera as 13.000 toneladas/ano, sendo tradicionalmente realizada por pequenos e médios produtores (muitos deles pescadores) em áreas costeiras abrigadas, utilizando-se de pequenos tanques-rede (2mX2m ou 3mX3m).
Os serranídeos (família Serranidae, sub-família Epinephelinae) compreendem 159 espécies distribuídas em 15 gêneros. Denominados genericamente por meros, chernes, garoupas e badejos, apresentam geralmente rápido crescimento e resistência ao manejo, sendo indicados para sistemas intensivos de criação. Além disso, possuem excelentes características para processamento pós-colheita.
A par dessas qualidades da família estes peixes alcançam um elevado preço de mercado e são importantes também para a pesca esportiva e para o turismo subaquático, já sofrendo inclusive sobrepesca em diversas áreas, o que reforça a oportunidade de sua utilização em piscicultura marinha. Diversas espécies de serranídeos ocorrem em ambientes costeiros do litoral do Brasil.
Os maiores produtores de serranídeos cultivados são Taiwan, Singapura, Tailândia, Hong Kong, Indonésia, China, Malásia, Vietnã e Filipinas, todos do Sudeste Asiático. A importância do cultivo de serranideos nessa região é tão grande que governos, como o da Tailândia, consideram-no uma das prioridades nacionais. A produção de serranídeos no Sudeste Asiático já supera as 13.000 toneladas/ano, sendo tradicionalmente realizada por pequenos e médios produtores (muitos deles pescadores) em áreas costeiras abrigadas, utilizando-se de pequenos tanques-rede (2mX2m ou 3mX3m).