A Secretaria de Cultura, Esportes e Eventos, iniciou nesta quarta-feira, dia 7, a restauração do Altar-mor da Capela do Senhor do Bonfim, na ilhota na Estrada do Contorno, em frente a praia de mesmo nome. O trabalho previsto para terminar em quatro meses está sendo realizado pelo restaurador da Prefeitura, Gilson de Andrade e a auxiliar de restauração, Eliane Vicarone.
A igreja tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (IPHAN), foi inaugurada em 3 de maio de 1780. A construção se destaca de outras em Angra e no Brasil porque apresenta um alpendre. Construído para abrigar o grande número de escravos que durante as missas eram proibidos de entrar no interior da capela. Segundo Alonso Oliveira, coordenador de Patrimônio Histórico da Secretaria de Cultura, a ermida é uma verdadeira jóia arte barroca no Brasil.
Seu altar do século XIX, no final do barroco, já em estilo rococó estava deteriorado com umidade e cupim. Gilson Andrade já descobriu que existem pelo menos 5 camadas de tinta em cima da pintura original. Essas camadas serão removidas e a exemplo do que aconteceu na restauração da Igreja Matriz, irá ficar na cor original.
Conta a lenda que ao passar pela Enseada de Batista das Neves, após uma longa noite no mar, um pescador encontrou sobre uma pedra que fica próxima a ilhota, uma imagem de Cristo Crucificado. Ele entregou a imagem em uma igreja na cidade, mas ela desapareceu e reapareceu no mesmo local onde havia sido encontrada. Isso aconteceu por três vezes. Diante desse fato mandou-se construir uma pequena Igreja no local para abrigar a imagem.
No entanto, conta a história, que após ser salvo de um naufrágio, Manuel Francisco Gomes mandou erguer a Capela de Nosso Senhor do Bonfim, na laje existente na Enseada de Batista das Neves como forma se agradecimento por sua vida ter tido poupada na tragédia. A Festa do Senhor do Bonfim, uma tradição em Angra dos Reis, sempre foi comemorada na primeira semana do mês de maio pelos moradores do bairro.