O Museu de Arte Sacra de Angra dos Reis apresenta a partir do dia 13, terça-feira, a exposição temporária “Imaginaria de Culto Particular”, que apresenta imagens, oratórios, medalhas, terços, bentinhos, catecismos, cruzes e crucifixos, de cultos domésticos das famílias antigas da cidade. A solenidade de abertura oficial da exposição será no domingo, dia 11, às 19h30. O coordenador de Patrimônio Histórico, Alonso de Oliveira, da Secretaria de Cultura, Esportes e Eventos, explicou que a exposição vai ficar no museu por dois meses.
As peças fazem parte do acervo de famílias de Angra dos Reis dos séculos XVIII, XIX e início do século XX. Essas pessoas tinham uma intimidade muito grande com seus santos de devoção e recorriam a eles nas aflições cotidianas, faziam promessas e cobravam soluções. Esse culto doméstico muito particular fez surgir algumas imagens de cunho popular tradicional na região.
Esse universo místico particular para toda esperança de vida e de proteção, inclusive no momento da morte, sem a presença de um padre para ministrar a extrema-unção, enfraqueceu a devoção oficial dessas pessoas, até então considerados católicos autênticos. Elas passaram a se apoiar em uma religiosidade contemplativa, de orações pessoais. Desenvolveram o louvor à Virgem Maria, aceitaram suas orações e o terço do Rosário e iniciaram assim o marianismo no catolicismo brasileiro.
O Museu de Arte Sacra tem entrada franca e funciona na igreja da Lapa e da Boa Morte, na Rua Dr. Bastos, no Centro da cidade, de terça a domingo, das 9h às 12h e das 13h30 às 17h. Construída em 1752 é a única igreja que conserva a pintura original do retábulo do Altar-Mor e foi tombada pelo Sphan em 1954.