Ainda era dia quando Marina Lima testou o som na Praia do Anil, em Angra dos Reis, onde se apresentou na noite de sábado, 30, por conta da programação de fim de ano na cidade. Mas foi durante o show que a cantora prendeu o público, que fez coro quando Marina cantou os versos de sua autoria junto com o seu irmão Cícero Lima: “Você me abre seus braços e a gente faz um país”. São versos que servem para iluminar a vida de seus primeiros antepassados conhecidos, ilustrando o romance de sua linhagem, que emerge da obscuridade na cidade portuguesa de Ponte de Lima, com Leonel de Lima (1403-1495), primeiro visconde de Vila de Cerveira.
Além do grande público, o Prefeito Fernando Jordão e o Secretário de Cultura, Esportes e Eventos, Marcus Veníssius, também acompanharam o show. Após a apresentação de Marina, eles foram até o camarim para cumprimentar a cantora. Marina disse que estava muito feliz em cantar para a população e os turistas de Angra, pois já conhece a cidade há muito tempo, onde tem vários amigos. Ela também elogiou a iniciativa da Prefeitura de Angra, através da Secretaria de Cultura, Esportes e Eventos, por promover a cultura na cidade.
Depois de Lulu Santos e Marina Lima, Angra dos Reis tem ainda uma extensa programação para o Réveillon. Os shows de fim de ano acontecem até o dia 1º de janeiro, segunda-feira, sempre a partir das 22h. Na passagem de Ano Novo, domingo, além da tradicional queima-fogos de 20 minutos, quem anima a noite é a Banda Pizindim que já foi banda baile, mas atualmente investe em axé music com músicos competentes e de inegável qualidade. Na noite do dia 1º, segunda-feira, é a vez do cantor Léo Maia, filho do saudoso Tim Maia animar a festa e colocar todo mundo pra dançar.
Marina Correia Lima nasceu no Rio de Janeiro RJ em 17 de Setembro de 1955. Tendo residido nos EUA dos sete aos dezoito anos, aí iniciou sua carreira musical, tocando violão. Sua primeira composição gravada foi Meu doce amor, lançada por Gal Costa em 1977, no LP Caras e bocas; Maria Bethânia quis gravar Alma caiada em seu LP Mel, mas a canção foi censurada por causa do verso "eu não me enquadro na lei". Em 1979 foi contratada pela gravadora WEA e lançou seu primeiro LP, Simples como fogo. Após outros três discos na WEA – Olhos felizes (1980), Certos acordes (1981) e Desta vida, desta arte (1982) –, incluindo destaques como Nosso estranho amor (Caetano Veloso), mudou para a gravadora Polygram e obteve grande êxito com os LPs Fullgás (1984), Marina (1985), Todas (1985), Todas ao vivo (1986), Virgem (1987), Próxima parada (1989) e Marina Lima (1991), que incluem sucessos da cantora como Fullgás, Pra começar (ambas com seu irmão Antônio Cícero), Eu te amo você (Kiko Zambianchi), Nada por mim (Herbert Viana e Paula Toller), A francesa (com Antônio Cícero) e Uma noite e meia. Mudando-se em 1993 para a gravadora EMI, gravou os discos O chamado (1993), Abrigo (1995) e Registros a meia voz (1996), no qual regravou sucessos seus e de outros artistas, como Fullgás, Nem luxo nem lixo (Rita Lee) e Para um amor no Recife (Paulinho da Viola). Participou de Rei, disco-tributo a Roberto Carlos por vários artistas (Sony, 1994), interpretando Por isso corro demais.