Imperdível: História do Carnaval

Exposição na Casa de Cultura mostra o Carnaval em Angra desde a Década de 30 e lança livro "ABRE-ALAS"

Segunda-Feira, 12/02/2007 | .

Uma importante exposição de fotos, fantasias, vídeos e símbolos dos carnavais de Angra da década de 30 aos dias atuais, o lançamento do livro “ABRE-ALAS” e a apresentação dos blocos da Fortaleza, Carioca e Jaqueira, com suas afinadas baterias, marcaram a Abertura do Carnaval 2007 de Angra, na noite de 10 de fevereiro, como uma das mais belas e animadas dos últimos tempos.
O palco escolhido não poderia ser outro, foi perfeito: a Casa da Cultura Poeta Brasil dos Reis toda restaurada, climatizada, com suas histórias e tradições. O evento reuniu sambistas, passistas, artistas e populares que pularam e dançaram em frente à Casa da Cultura até altas horas da noite.
Tudo começou com a abertura da exposição às 20 horas. Todos que chegavam apreciavam as fotos e fantasias e recebiam o livro “ABRE-ALAS” de autoria de Aglaé Moreira dos Reis Dias e Hildebrando Heleno da Silva que conta a história dos carnavais angrenses com fotos e textos pesquisados com muito carinho (ela fundadora do tradicional Bloco do Reizinho e esposa do eterno Reizinho “Zé Augusto” e ele importante carnavalesco da extinta Escola de Samba do Morro do Santo Antônio).
A exposição que ficará na Casa da Cultura até o dia 3 de março, de terça a domingo, das 10 às 22 horas, teve como Curadora a carnavalesca Aglaé. É composta por 84 fotos, símbolos e fantasias do carnaval de antigamente até os blocos de hoje. Relembra os banhos de mar à fantasia, blocos e cordões ( como o “Flor de Abacate”, “Lírio do Amor”, “Rancho das Palmeiras”); homenageia figuras tradicionais como “Zé Foguinho”, “Britaldo e sua Burrinha”, “Pìnguim e Zinho” e “Mane Pato”); os concursos de fantasias do Clube Vera Cruz; os tempos áureos das Escolas de Samba do Santo Antônio, Carioca e Fortaleza) os concursos Gays; a importância do Bloco do Reizinho que completou mais de 30 anos; e a alegria dos blocos da década atual que já estão fazendo histórias e servindo de exemplos de como se fazer um bonito carnaval, sem rivalidade, com união, envolvendo as comunidades organizadas e diversos segmentos da cidade. Exemplos disto é o Mestre-Sala Chidonga e a Porta-Bandeira Bia que saem no Bloco da Imprensa, no Bloco da Fortaleza e também são figuras que não podem faltar no Bloco do Caravelas, do Morro do Peres, onde Bia reside e Chidonga é considerado filho querido; tem também os ritmistas do Fortaleza, que toda sexta-feira de carnaval vestem a camisa e o espírito e se transformam, na animada bateria do Bloco da Imprensa e por aí vai. E eles não podiam faltar. Também estavam presentes na grande festa.
Todos que chegavam para a exposição receberam colares coloridos e um exemplar gratuito do livro ABRE-ALAS, autografados pelos autores. A Prefeitura de Angra fez mil exemplares do livro para serem distribuídos. Só na noite da abertura, o Secretário de Cultura, Esportes e Eventos,  Marcus Veníssius Barbosa , viu com alegria o  excelente resultado: mais  de 800 livros distribuídos em menos de 3 horas. Ainda na exposição, durante toda a noite, foram exibidos diversos vídeos sobre os carnavais da cidade.
Ao mesmo tempo, do lado de fora da Casa da Cultura, o público se esbanjava e dançava à vontade. A primeira atração da noite foi a Banda da Cidade tocando marchinhas antigas. Grande número de senhoras cantava as músicas e junto com os jovens faziam rodas e trenzinhos chamando a atenção de todos. A seguir se apresentaram os Blocos da Fortaleza com o samba homenageando o morador “Jorge Costa”; o Bloco da Carioca com o enredo sobre o “Vereador Marco Aurélio” e o Bloco da Jaqueira, do Morro da Caixa D’Água exaltando o grande carnavalesco “Zé Augusto” o rei maior do Bloco do Reizinho.
Para o Secretário de Cultura, a Abertura do Carnaval 2007, não poderia ser melhor. Ele explica que conforme determinação do Prefeito Fernando Jordão e do Secretário de Integração Governamental, Bento Pousa Costa, a Secretaria de Cultura trabalhou intensamente para resgatar a história dos carnavais, mostrando a importância das antigas agremiações ,das figuras tradicionais e valorizando os blocos e eventos que fazem a alegria da cidade hoje em dia.
- Tenho o claro sentimento que fizemos o melhor possível. Resgatamos a história, abraçamos a idéia de Aglaé e Hidebrando e produzimos mil livros sobre o assunto; enfim estamos valorizando a memória imaterial do município, e isto é muito importante para a geração de agora e para as futuras, - acredita o Secretário Marcus Veníssius.,
Para Aglaé e Hildebrando , o desejo de dever cumprido e do sonho realizado em valorizar o carnaval angrense era o que mais importava:
- Foi uma experiência maravilhosa Todo este evento foi como se fosse um parto, um nascimento de uma linda criança. Agradeço a todos que acreditaram e nos ajudaram nesta empreitada, principalmente a Prefeitura de Angra que abraçou totalmente a idéia e colaborou cem por cento para realizar este nosso sonho, que era mostrar a rica história de nossos carnavais, disse Aglaé.
- Foi muito importante pesquisar e ajudar Aglaé e fazer o livro ABRE-ALAS. Era um sonho antigo, que não foi fácil de realizar. Pesquisamos bastante mas também já conhecíamos muito de nossa história, por isto o resultado está sendo maravilhoso, afirmou Hidebrando.
Dalva Lopes de Almeida, angrense de 74 anos, estava totalmente absorta admirando a exposição quando foi indagada sobre o que estava achando do evento. Sem titubear disse sorrindo.
- Estou muito feliz. Foi muito bom a Prefeitura fazer esta exposição. Os jovens precisam saber um pouco mais da história da cidade. Venha ver uma coisa: esta aqui, sou eu. É uma foto de um concurso de carnaval do Clube Vera Cruz em 1958, quando fui escolhida como Princesa do Carnaval. Viu como eu era linda!. Esta outra aqui é minha sobrinha em um desfile da Escola de Samba do Santo Antônio e aquela lá é minha irmã, desfilando para a Escola de Samba da Carioca,- afirmou ela com alegria.   
Outro que era só sorrisos e estava sendo cumprimentado por todos era o José Augusto, fundador do Bloco do Reizinho e hoje Presidente de Honra do Bloco.
 - Como disse o grande Jamelão: “estou como pinto na água”. Estou como criança de sete anos em festa de São Cosme e São Damião numa mesa repleta de doces e refrigerantes. Enfim estou muito feliz com todo o evento. É gratificante e emocionante ver um trabalho que sempre fizemos com amor sendo valorizado. É bom demais ver o Bloco do Reizinho sendo homenageado, minha esposa sendo a curadora da exposição, eu sendo homenageado pelo Bloco da Jaqueira e toda a história do carnaval da cidade em fotos e livro aqui exposta para ser apreciada gratuitamente por toda a população. Só tenho que agradecer a todos que contribuíram e convidar a todos para admirar esta bela exposição e que possamos curtir como sempre o carnaval de nossa cidade, disse ele.
 
 
 
 

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