A Prefeitura de Angra, através da Secretaria Municipal de Cultura e Esportes e Eventos e a comunidade do Bonfim, na Estrada do Contorno, promoveram nos dias 2, 3, 4, 5 e 6, quarta, quinta, sexta, sábado e domingo, a tradicional Festa do Senhor do Bonfim.
Na programação, eventos religiosos, esportivos e profanos para comemorar o padroeiro do bairro. Mais uma vez a festa foi marcada pelo sucesso de público com pessoas de todo o município. As novenas aconteceram no dias e 2, 3 e 4. Na quarta-feira, a comunidade recebeu um importante presente: a restauração do altar-mor. Na sexta à noite começaram os shows na quermesse de barracas de comidas e bebidas típicas e no parquinho montados na Praia do Bonfim.
Na manhã de domingo, dia 6, a tradicional Missa Solene na capela do Senhor do Bonfim, na ilhota da Praia do Bonfim, ficou lotada de fiéis. Entre eles, o secretário de Integração Governamental Bento Pousa Costa; o secretário de Cultura, Esportes e Eventos, Marcus Veníssius Barbosa; e o vereador Elias José Rabha (Fiote). Assim como começou, a missa terminou com uma queima de fogos. Também não faltou o tradicional corte de bolo e a distribuição de flores. No final da tarde aconteceu a procissão. Duas embarcações foram utilizadas na parte marítima. As imagens do Senhor do Bonfim e de Nossa Senhora de Fátima foram levadas da Igrejinha do Bonfim até a ponta da Enseada de Batista das Neves (próxima ao Colégio Naval), onde a imagem original do Senhor do Bonfim foi encontrada, segundo conta a lenda.
Depois desembarcaram no cais da Praia do Bonfim e a procissão percorreu as principais ruas do bairro, retornando ao local de saída As imagens foram levadas de volta à capela. Logo após, uma espetacular queima de fogos anunciou o final dos festejos religiosos em louvor ao Senhor do Bonfim.
A lenda do Senhor do Bonfim em Angra
Após retornar de uma longa noite de pescaria e passar pela enseada Batista das Neves, um pescador encontrou sobre uma pedra repousando em total tranqüilidade uma imagem de Cristo Crucificado. Com olhar de espanto ele a pegou e levou para o convento no Centro da cidade onde entregou ao frei e relatou a o que havia acontecido.
No outro dia após retornar de sua habitual pescaria, o mesmo pescador se deparou com a mesma imagem que encontrara no dia anterior. Ele a pegou novamente e mais uma vez entregou ao frei, que quando viu a imagem, disse que seria impossível de ser a mesma do dia anterior porque ele a havia guardado em local muito seguro.
Quando o frei foi pegar a imagem para provar ao pescador que não era a mesma, ele tomou um grande susto: a imagem não estava no local que havia guardado. Foi então que o frei percebeu que se tratava da mesma imagem e isso ocorreu também no terceiro dia.
Diante deste fato o frei resolveu que se construir uma capela em um local mais próximo do lugar onde a imagem foi encontrada. Então, a imagem foi colocada na igreja na posição de frente para o bairro que recebeu o nome de Bonfim, pois a imagem é a do Senhor do Bonfim (Cristo Morto Crucificado). Mas no outro dia a imagem não estava na capela. Foram verificar na pedra onde ela foi encontrada e lá estava ela. Então, a imagem foi levada de volta para a capela e colocada de frente para a pedra onde foi encontrada e lá permanece até os dias de hoje. A capela, erguida e em 3 de maio de 1780, é retangular com fachada e alpendre, tem frontão triangular ladeado por corucheus e adro protegido por muro. Sendo a única edificação religiosa de Angra com alpedre, a igreja foi tombada pelo IPHAN em 1º de dezembro de 1954.