A Tradicional Festa em Louvor ao Glorioso São Benedito, como acontece todos os anos em Angra dos Reis na segunda-feira após a Páscoa, foi uma demonstração de fé. A festa do santo, que é tão venerado em Angra quanto à padroeira da cidade, é realizada pela Irmandade de São Benedito de Angra dos Reis, como o apoio da Fundação de Cultura de Angra dos Reis (Cultuar). A irmandade foi instituída no século XVII, no Convento São Bernardino de Sena da Cachoeira, e atualmente sediada na Igreja de Santa Luzia. A programação começou na terça-feira, dia 11, e vai até o dia 30 de março com o descimento do mastro. Mas seu ápice foi na segunda-feira, dia 24, com a tradicional Missa Solene, pela manhã, que contou com a presença do Prefeito Fernando Jordão e do Presidente da Cultuar Mário dos Anjos. A missa foi celebrada por Dom Ubiratan, bispo da Diocese de Itaguaí.
À tarde, a Procissão de São Benedito encheu as ruas de Angra dos Reis de fiéis numa grande demonstração de devoção. Durante todo trajeto São Benedito foi saudado. A Procissão terminou com a descida dos mastros em frente ao São Bernardino de Sena. Seguindo a tradição os mastros com as Bandeiras do Santo foram recolhidos pelos fiéis com a presença da imagem de São Benedito.
A devoção a São Benedito, Santo italiano descendente de escravos oriundos da Etiópia, em Angra dos Reis começou no século XVII, quando também foi fundada a Irmandade de São Benedito que organiza a festa todos os anos. Inicialmente a Irmandade era composta por negros. Era costume a irmandade comprar a Carta de Alforria um escravo com o dinheiro arrecadado na festa. O escravo que ia ganhar liberdade era escolhido no final dos festejos por meio de sorteio. Sorteado, o escravo era libertado através da carta adquirida pela mesa administrativa da Irmandade.
A data de realização dos festejos em Angra dos Reis também está ligada à escravidão. Os senhores de escravos da época moravam em fazendas nos arredores onde os negros cultivavam a terra e trabalhavam nos engenhos. Esses senhores possuíam casas na cidade que usavam quando tinham que resolver algum negócio, tratar de alguma enfermidade ou assistir as festas religiosas, como é o caso da Semana Santa. Aproveitando-se de toda essa situação, em que os senhores estavam envolvidos em suas atividades religiosas, os negros transferiram a sua festa para a primeira segunda-feira após a páscoa, tradição que é mantida até hoje.
Dia 30 – Domingo – descida do mastro
Às 17h – Arriamento dos mastros
As barraquinhas ficarão montadas no Aterro do Carmo do dia 20 a 30 de março.