Apoio aos maricultores

Seis municípios serão analisados pela Rural,a água e o molusco. Prefeitura oferece ajuda na investigação

Segunda-Feira, 11/06/2007 | .

A Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, através do Comitê Nacional de Controle Higiênico Sanitário de Moluscos Bivalves, lançou a Portaria N.° 6 de 01 de junho de 2007, que resolve, proibir, por prazo indeterminado, a coleta, a colheita e a comercialização de moluscos bivalves para todas as regiões banhadas pela Baía da Ilha Grande. A notícia foi dada aos maricultores de Angra dos Reis, Paraty e Mangaratiba no encontro que aconteceu na quarta-feira, 06, no auditório do Sebrae, pelo coordenador – geral do Comitê, Felipe Matarazzo Suplicy. A decisão da SEAP vem de encontro a iniciativa dos próprios maricultores.
Preocupados com o aparecimento de características diferenciadas nos coquiles, mexilhões e ostras cultivados nas fazendas marinhas da Baía da Ilha Grande, a Associação de Maricultores da Baía da Ilha Grande, Ambig, a empresa Rio Maricultura e a Prefeitura de Angra decidiram mobilizar os órgãos competentes para fazer a análise dos animais e verificar se há algum empecilho ao seu consumo. A vigilância sanitária estadual e municipal, bem como o Ibama e Feema já foram mobilizados para não haver dúvida sobre a qualidade do produto oferecido pelos maricultores da Baía da Ilha Grande. A vigilância sanitária estadual notificou os maricultores de forma a evitar qualquer comercialização dos produtos. Antes mesmo dessa decisão do Estado, a Ambig já havia paralisado toda comercialização, numa atitude preventiva.
Nos primeiros exames da coleta realizada pela UFRJ, foram identificadas três espécies de víbrios patogênicos aos seres humanos, que segundo os especialistas.´é uma bactéria natural da água do mar.
- Estamos transferindo a responsabilidade das análises para a Rural. A SEAP vai liberar os recursos para estudos mais apurados. Todas as opções de contaminação serão investigadas. Identificamos a qualidade da bactéria mas não a quantidade, - disse o coordenador Felipe.
No início de maio os maricultores de Angra começaram a verificar que os moluscos estavam com um aspecto diferente daquele normalmente apresentado. Imediatamente, foi enviada para a UFRJ uma amostra dos moluscos. Posteriormente, para se ter todas as possíveis comprovações, se enviou análises também para UFFRJ. E, desde então, os maricultores estão parados.
- O prefeito Fernando Jordão e o secretário Bento Pousa Costa, estão sensíveis a situação enfrentada pelos maricultores do Município. Se for necessário contrataremos um laboratório particular para dar agilidade às análises, - disse o secretário de Pesca de Angra dos Reis, Humberto Martins, que ofereceu a ajuda da Prefeitura para agilizar este processo.
Seis municípios serão monitorados: Angra dos Reis, Paraty, Mangaratiba, Búzios, Cabo Frio e Jurujuba, Niterói, assim que a SEAP liberar os recursos para a Rural. Segundo a representante da universidade, serão comprados os equipamentos necessários para a realização das análises que demonstrem condições para a prática de comercialização e consumo de moluscos.
Hoje, das 38 existentes, 25 fazendas marinhas estão produzindo. A produção anual gira em torno de 15 mil dúzias de coquiles, três mil dúzias de ostras e dez toneladas de mexilhão, que são comercializadas em restaurantes, hotéis e pela população em geral. Atualmente, há cerca de cinco milhões de moluscos em desenvolvimento nessas fazendas.

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