A Vaquejada, além de ser uma importante manifestação cultural nordestina já está sendo considerada como "Grande Evento Popular, atraindo um excelente público onde quer que aconteça.
A 1º Grande Vaquejada de Angra dos Reis, que recebeu apoio total da Prefeitura , através das Secretarias de Integração Governamental; de Cultura, Esportes e Eventos; e de Agricultura, não deixou por menos, foi sucesso total de público e vai ficar na memória da grande multidão que lotou o Parque Santo Antônio, no Brachuy, no último fim de semana, 14 a 16 de setembro.
Durante os três dias de Vaquejada, muitos vaqueiros com excelentes animais de montaria deram verdadeiros shows derrubando bois, em uma faixa de espaço determinada numa grande pista, arrancando aplausos das arquibancadas.
Shows sertanejos com Sandro Sandro Santos e Garapa da Cana; Moraes e seus Teclados; Wesley dos Teclados; Primo e Anderson, Tiãozinho do Acordeon e Gilvan; Anjos do Forró e Águia de Cheiro também atraíram grande público levantando poeira do parque e fazendo todo mundo dançar noite adentro. Além disso, diversas barracas funcionavam o todo tempo com comidas nordestina para que os presentes pudessem repor as energias.
O Secretário de Integração Governamental, Bento Pousa Costa e o Secretário de Cultura, Esportes e Eventos, Marcus Veníssius Barbosa, representando o Prefeito Fernando Jordão no evento, compareceram aos shows, apreciaram as competições e percorreram todo o espaço conferindo o sucesso da realização idealizada por Antônio Bernardo Ângelo da Silva, mais conhecido como “Antônio da Vaquejada .
Antônio realiza este tipo de evento no mesmo espaço desde 2003 recebendo apoio da Prefeitura de Angra.
_ Desta vez o evento cresceu e a Prefeitura proporcionou uma grande estrutura para que nós pudéssemos receber com segurança e qualidade, todos os amantes deste esporte, principalmente produtores rurais da cidade, funcionários das propriedades e todas as pessoas que gostam de música nordestina e desta distração. Neste ano, a grande novidade foram as arquibancadas, a grande pista feita com total segurança, palco muito bom para os shows e todo o espaço criado com a ajuda da Prefeitura - explicou ele.
No camarote, assistindo as provas na noite de domingo, dia 16, o Secretário Bento Pousa Costa pode conferir a alegria do público e afirmou que vale a pena investir em eventos como este porque é uma forma do governo municipal proporcionar gratuitamente lazer com segurança para um grande público ávido por este tipo de diversão.
O Secretário de Agricultura, José Maria Novaes, diversos outros secretários, Vereadores como Essiomar Gomes e Carlinhos Santo Antônio, além de proprietários de importantes Parques de Vaquejada do Estado do Rio também prestigiaram o evento.
No final da noite de domingo, durante a entrega dos prêmios que totalizaram cerca de de R$12 mil para os vaqueiros que mais se destacaram, muitas pessoas do público já estavam torcendo para que aconteça a segunda grande edição do evento.
Além de diversão, a 1º Grande Vaquejada de Angra , também serviu de espaço para realização de negócios como compra de animais e contratação de vaqueiros para outras Vaquejadas que acontecem pelo Brasil afora.
Como surgiram as Vaquejadas
Na época dos coronéis, quando não haviam cercas no sertão nordestino, os animais eram marcados e soltos mata adentro. Depois de alguns meses, os coronéis reuniam os peões (vaqueiros), para juntar o gado marcado. Eram as pegas de gado, que originariamente aconteciam no Rio Grande do Norte.
Montados em seus cavalos, vestidos com seus gibões de couro,os vaqueiros embrenhavam-se na mata cerrada, em busca dos bois, fazendo verdadeiros malabarismos para escaparem dos arranhões de espinhos e pontas de galhos secos, cobras, lendas, etc. Alguns animais se reproduziam no mato. Os filhotes eram selvagens por nunca terem mantido contato com seres humanos, e eram esses animais os mais difíceis de serem capturados. Mesmo assim, os bravos vaqueiros perseguiam, laçavam e traziam os bois aos pés do coronel. Nessa luta, alguns vaqueiros se destacaram por sua valentia e habilidade, e foi daí que surgiu a idéia da realização de disputas.
O Rio Grande do Norte foi o estado que deu o primeiro passo para a prática da vaquejada, esporte que emociona e arrasta multidões para os parques onde acontecem as competições, feiras e muito forró.
Por volta de 1810 ainda não existia a vaquejada, mas já se tinha conhecimento de uma atividade parecida. Era a derrubada de vara de ferrão, praticada em Portugal e na Espanha, onde o peão utilizava uma vara para pegar o boi. Mas, derrubar o boi pelo rabo, a vaquejada propriamente dita, é puramente nordestina. Na região Seridó, onde tudo começou, era impossível o uso da vara, pois o campo era muito acidentado e a mata muito fechada. Por essa razão tudo indica que foi o vaqueiro do Seridó o primeiro a derrubar boi pelo rabo.
Os coronéis e senhores de engenho passaram a organizar torneios de vaquejadas, onde os participantes eram os vaqueiros, e os patrões faziam apostas entre si, mas ainda não existiam premiações para os campeões. Os coronéis davam apenas um "agrado" para os vaqueiros que venciam. A festa se tornou um bom passatempo para os patrões, suas mulheres e seus filhos.
As montarias, que eram formadas basicamente por cavalos nativos daquela região, foram sendo substituídas por animais de melhor linhagem. O chão de terra batida e cascalho, ao qual os peões estavam acostumados a enfrentar, deu lugar a uma superfície de areia, com limites definidos e regulamento. Cada dupla tinha direito a correr três bois. O primeiro boi valia 8 (oito) pontos, o segundo valia 9 (nove) e o terceiro boi correspondia a 10 ( dez ) pontos. Esses pontos eram somados e no final da vaquejada era feita a contagem de pontos, a dupla que somasse mais pontos era campeã, e recebia um valor em dinheiro. Esse tipo de vaquejada foi e ainda é chamada de "bolão".
A vaquejada hoje é um esporte regulamentado pelo Projeto de Lei do Congresso Nacional, nº 249, de 03 de março de 1998, que considera que a vaquejada é prática desportiva formal, um espetáculo de crescente importância econômica, turística e cultural, muito popular em diversas regiões do País.