O novo Centro de Atenção à Pessoa em Situação de Rua (CAPR), inaugurado no início deste mês, agora conta com uma Oficina no Orquidário, onde os acolhidos aprendem a fazer a poda correta das plantas, a produzir mudas e, principalmente, o manejo adequado para que a planta cresça sadia. Na oficina, os participantes aprendem desde os cuidados mais básicos, como plantar, regar e adubar, até conhecimentos específicos, como diferenciar as espécies e os ambientes mais adequados para cultivá-las.
A aula é ministrada todas as quintas-feiras pela Secretaria de Urbanização, Parques e Jardins. O CAPR já tem um espaço com um orquidário equipado, e a ideia da oficina é justamente aproveitar o local para cuidar e preparar as orquídeas que serão colocadas nas praças da cidade.
- Esse trabalho só está sendo possível graças à parceria que conseguimos com duas redes de supermercados da cidade, o Rede Market e o Zona Sul, que agora doam as orquídeas que já não tem valor comercial. Trazemos as plantas para o CAPR e, durante as oficinas, recuperamos essas plantas para que elas retornem com destaque para as praças da nossa cidade. Nas oficinas, além do reaproveitamento, também capacitamos os acolhidos com um ofício que poderão levar para todos os locais que passarem e serve como uma capacitação profissional – disse Beth Brito, secretaria de Urbanização Parques e Jardins, que é uma das responsáveis pelas aulas na oficina do orquidário.
A Prefeitura de Angra dos Reis, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania, é quem coordena o local, que hoje tem capacidade para receber 30 abrigados. Esse é um trabalho que possibilita oferecer à população acolhida atividades que ampliam o universo de conhecimento dos usuários dos programas sociais inscritos nesta oficina. Além disso, visa buscar a porta de saída do processo de vulnerabilidade social, fortalece o convívio comunitário, a troca de vivências e incentiva a socialização, bem como fazer do plantio de orquídeas uma forma de gerar renda.
- Sempre gostei muito de orquídeas, vi muitas por onde eu passei, mas nunca tive a oportunidade de ter o contato direto com as plantas, como aqui. Achei uma oportunidade maravilhosa, o tempo que estou passando aqui não tem sido em vão. Hoje eu procuro aproveitar meu tempo da melhor forma possível, é um conhecimento que estou aprendendo que vou levar para o resto da minha vida. É uma excelente oportunidade que estamos tendo aqui de ocupar a mente e aprender coisas novas; o que aprendi hoje vou levar para a vida toda – disse Marcelo da Silva, de 50 anos, que hoje é um dos acolhidos do CAPR e que participa ativamente da oficina no orquidário.