O Dia de Nossa Senhora da Conceição, 8 de dezembro, foi festejado com muita fé em Angra dos Reis. Uma extensa programação com novenas na Igreja Matriz foi iniciada no dia 29 de novembro, mas o ponto alto das homenagens à santa foi mesmo no dia 8. Pela manhã, uma missa solene foi celebrada por Dom Ubiratan, Bispo da Diocese de Itaguaí, na Igreja Matriz. Na praça, a Banda da Defesa Civil tocou no início e no fim da missa. Presente à celebração estava o Prefeito Fernando Jordão, que também participou da inauguração da Casa de Acolhida Frei Fernando.
A casa, que fica atrás da Igreja Matriz, foi inaugurada por Dom Ubiratan e por Frei Alonso, logo após a missa. No local, membros da Pastoral do Povo de Rua vão prestar serviços de acolhida aqueles que não têm moradia. Pessoas que moram nas ruas poderão, por exemplo, tomar banho e fazer refeições na casa.
À tarde, os fiéis demonstraram fé e amor a Nossa Senhora da Conceição durante a procissão que saiu da Praça da Bíblia, no Balneário, rumo ao Centro. Em cima de um carro enfeitado com flores brancas e amarelas formando o desenho da Igreja Matriz, a imagem de Nossa Senhora da Conceição foi acompanhada por uma multidão que cantava e rezava todo o tempo.
Ovacionada, a imagem chegou à Praça Matriz, onde foi celebrada uma missa campal. A chuva ameaçou, mas não vingou e os fiéis puderam louvar Nossa Senhora da Conceição. Depois, em procissão pelas ruas do Centro, os fiéis com velas nas mãos acompanharam a imagem transportada em andor. Das sacadas de várias casas, pétalas de rosas foram jogadas na Santa. Após mais de três horas do início da procissão saída do Balneário, a festa foi encerrada com grande queima de fogos.
Além da festa religiosa, as comemorações em honra à Padroeira de Angra também conta com a Feira de Barraquinhas, no Aterro do Carmo, que vai até o dia 13 de dezembro. É uma espécie de quermesse que faz parte das tradições religiosas católicas da cidade.
A festa em louvor a Nossa Senhora Conceição teve origem em 1632 com a chegada na então Vila dos Reis Magos da Ilha Grande de uma Imagem da Imaculada Conceição vinda de Portugal. Esse fato, envolto em uma lenda muito bonita afirma que a imagem queria permanecer na cidade ao invés de seguir seu destino rumo a uma vila no litoral de São Paulo, o que provocou a troca do padroeiro, que na época eram os Reis Magos.
Diz a lenda que toda a vez que a embarcação que levava a Santa partia da Baía da Ilha Grande, era obrigada a retornar por causa de tempestades que a impedia de seguir seu destino. Por três vezes o comandante tentou seguir viagem, mas sempre se formava uma tempestade e a nau não podia partir. Acreditando que fosse um sinal divino, o comandante resolveu deixar a imagem em Angra. A devoção à Nossa Senhora da Imaculada Conceição foi propagada de geração a geração até os dias de hoje.