Na manhã do dia 21 foi aberta, no Espaço Cultural Eletronuclear, a primeira exposição de artesanato em arame, linhas, botões e conchas coloridas, contendo trabalhos confeccionados pelo professor de Artes, Adel Gonzaga, e alunos da Escola Municipal para Deficientes Visuais, Edenilson, Basílio, Bruno, Marise, Edson e Paulo Henrique.
A exposição denominada “Arte Tátil: Os sentidos da arte na ponta dos dedos e no olhar” ficará aberta a visitação pública até 14 de dezembro, de segunda a sexta-feira, das 7h30 às 21 horas e aos sábados das 9 às 14 horas. Vale a pena visitar a exposição pela beleza e pelo significado de superação que cada objeto representa para todos os alunos portadores de deficiência visual.
A exposição é uma realização da Prefeitura de Angra dos Reis, através da Secretaria de Educação, Ciência, Tecnologia e Inovação e tem o patrocínio da Eletronuclear. Na abertura da exposição, o professor Gonzaga e seus alunos emocionaram a todos ao explicarem como ela surgiu e os desafios que enfrentaram e superaram para realizá-la.
No salão da Eletronuclear, a exposição mostra como o arame, linhas , botões, conchas e sensibilidades podem se transformar em lindos painéis, pipas, flores, avião e animais enfeitando e dando vida a qualquer ambiente.
Segundo Gonzaga, a idéia de fazer artesanato com os alunos cegos e de baixa visão partiu de um convite que ele teve da escola em 2005 para iniciar um trabalho voluntário com os estudantes. Lá chegando, o professor se encantou com a idéia e junto com os alunos fizeram diversas tentativas com papel, cola, lápis e argila mas o resultado, segundo ele, não os agradou totalmente. Gonzaga explicou que quando estava em férias em 2006 teve a idéia de trabalhar com costuras substituindo a linha e a agulha pelo arame e com ele prender as conchas. Para isso levou para casa uma gravata e conchas coloridas, e com o arame preencheu os espaços com as conchas criando a “gravata colorida” nascendo assim a primeira peça artesanal da série, que inclusive faz parte da exposição.Ele apresentou a proposta para os alunos, pois entendeu que seria mais fácil para eles, manusearem esses materiais. Para a sua alegria, quando iniciou a experiência, todos ficaram maravilhados por se sentirem capazes de começar a criar expressões e a cada dia que passava lhes mostravam novas idéias e diferentes opções de utilização do arame.
Dia após dia, o arame sobre o tecido e sozinho se transformaram nas mãos dos alunos da Escola para Deficientes Visuais nas mais diferentes e bonitas peças que compõem hoje a primeira de muitas outras exposições que eles pretendem presentear a cidade.