A Secretaria de Saúde está trabalhando, através do seu departamento de Zoonoses, no sentido de prevenir a infestação por carrapato-estrela, especialmente, na área rural do município. As equipes de saúde estão visitando áreas agrícolas que abriguem animais de grande porte, principais hospedeiros deste ácaro que é prejudicial à saúde do homem. A picada do carrapato-estrela é causadora da febre maculosa que pode levar à morte.
- Durante nossas incursões coletamos o sangue do animal, principal alvo deste agente causador da doença, e enviamos as amostras para serem analisadas na Fio Cruz. Aproveitamos também para isolarmos outras doenças e aplicar vacinas no animal. Isso tudo é feito visando à preservação da saúde humana, - explicou a chefe de apoio da Zoonoses, Luciana de Oliveira que conta com o apoio dos agentes de saúde da Coordenadoria de Controle da Dengue. Os agentes e profissionais dos ESFs também estão participando do trabalho de controle e prevenção, notificando à secretaria sobre a presença do carrapato nas comunidades.
As orientações ao produtor são feitas por medidas de prevenção. Mas o ideal, segundo Luciana, que os animais também tenham um acompanhamento do veterinário. Quando constatada a infestação do carrapato-estrela, a área é tratada com produtos químicos usados controladamente para não prejudicar o meio ambiente. Aconselha-se também que as áreas sejam capinadas para receber o calor do sol.
A chefe de apoio de Zoonoses aconselha que em visitas à área rural as pessoas usem roupas claras, camisa de manga comprida e calça comprida presa na canela com fita adesiva e botas de cano longo. O uso do repelente também é aconselhável.
-Caso o carrapato esteja no corpo o ideal é usar uma pinça para retirá-lo como se fosse desenroscar um parafuso. Há também sabonetes e comprimidos para repeli-los, - disse Luciana.
CARRAPATO -ESTRELA
O carrapato Amblyomma cajennense é um ácaro da família Ixodidae popularmente conhecido por carrapato-estrela, rodoleiro, picaço ou rodolego, na fase adulta; micuim, carrapato-pólvora, carrapato-fogo, carrapato-meio-chumbo ou carrapatinho, na fase de larva (primeiro estágio após a fase de ovo); e vermelhinho, na fase de ninfa (segundo estágio após a fase de ovo).
Seus hospedeiros preferidos são os eqüinos e a capivara. Ataca também vários outros mamíferos, como veado, porco, porco- do-mato, cão, cachorro-do-mato, carneiro, cabra, coelho, anta, tamanduá, cotia, coati, tatu, gambá e rato-do-banhado. Pode ser ocasionalmente encontrado em aves domésticas e silvestres que vivem em locais infestados, ou mesmo em animais de sangue frio (ofídios). O homem pode ser atacado pelas larvas, ninfas e pelos adultos do carrapato.
Seu ataque freqüentemente resulta em intenso prurido no homem, que comumente conduz à formação de lesões nos locais das picadas, causadas pelo ato de coçar. A cicatrização dessas lesões é lenta, podendo demorar meses.
A febre maculosa é causada pela riquétsia (Rickettsia ricketsii). Ariquétsia pode ser transmitida ao homem quando é picado por um carrapato por um período mínimo de 4 a 6 horas. Em geral, os sintomas da doença começam a aparecer após 2 a 7 dias da picada do carrapato infectado.
Os sintomas clássicos iniciais da doença incluem febre, náuseas, cefaléias, mialgia e máculas. Estas, inicialmente, são pequenas, achatadas e rosadas. Surgem nas palmas e nas solas dos pés, pulsos e nos braço anterior, progredindo pelo resto dos membros até alcançar o tórax e o abdome. A lesão característica de petéquias vermelhas da febre maculosa geralmente aparece após o sexto dia. Quando o quadro clínico atinge tal magnitude, o diagnóstico é desfavorável. Se não tratada a tempo, essa enfermidade pode levar à morte.