Capacitar os moradores em uma nova profissão e permitir o aumento da renda familiar nas comunidades carentes. Essa é a idéia da Prefeitura, que através da Secretaria de Habitação criou um projeto piloto de curso de fabricação de móveis rústicos, no Condomínio Morada do Bracuhy. A intenção da prefeitura é que, após a conclusão do curso, os alunos possam criar uma cooperativa e vender a produção para consumidores da cidade.
Segundo o secretário de Habitação, Artur Otávio Jordão Scapin Costa, o Tuca, o curso tem 35 moradores matriculados, com idades que variam de 21 a 71 anos. “A matrícula foi muito concorrida. Muitos desses moradores estão desempregados e poderão aprender uma nova profissão”, comentou o secretário.
Tuca, que é um dos idealizadores do projeto, esteve ontem (27) no condomínio e conheceu os primeiros trabalhos produzidos pelos novos artesãos, que irão fabricar mesas, cadeiras, abajures, estantes e outros tipos de móveis. Segundo ele, a secretaria irá se empenhar ao máximo para que o projeto não acabe após o fim do curso, previsto para durar 90 dias. “O material produzido nas aulas será exposto e comercializado na feira que a Secretaria de Agricultura realiza aos sábados no Mercado do Peixe, no Centro. Depois disso, queremos estimular os moradores a criarem uma cooperativa, para venderem seu trabalho e aumentarem a renda familiar”, previu Tuca.
O professor do curso, Mário César do Carmo, explicou que as aulas acontecerão todos os dias, com os alunos divididos em duas turmas (manhã e noite). Ele comentou que o tipo de móvel escolhido para o aprendizado tem grande aceitação no mercado. “São móveis muito procurados para casas de veraneio e acredito que nossa produção irá encontrar mercado na região”, disse Mário, que recebeu, ontem, das mãos do secretário, uma máquina de costura doada para que possam ser fabricadas as almofadas que compõem alguns móveis.
Uma das mais empolgadas com o curso é a moradora Nelva Araújo, que apresentou ontem as primeiras bandejas produzidas pela turma. “Estou desempregada e tenho dois filhos para criar. Para nós, que estamos sem atividade, é muito importante um curso desse tipo", disse ela, apresentando alguns bordados em palha. “Se conseguirmos vender o nosso trabalho será ainda melhor”, completou, esperançosa.
A aluna mais idosa do curso também está feliz em aprender um novo ofício. Segundo Elza Rosa Jerônimo, de 71 anos, ela pretende usar as técnicas para criar móveis para sua casa. “Já participo do grupo de bordadeiras da Prefeitura e quero aprender a fazer os móveis de bambu para enfeitar minha casa”, comemorou.
O projeto foi implantado de forma experimental no Morada do Bracuhy, mas a intenção do secretário é expandir os cursos. “Nossa intenção é sempre criar maneiras de as famílias melhorarem seu orçamento. Com a situação de hoje, considero iniciativas desse tipo muito importantes para as comunidades carentes”, finalizou Tuca.