odos os ingredientes extra-campo eram favoráveis ao Paulo de Frontin. Jogava em casa, a galera lotava o ginásio, bombas eram atiradas ao redor da quadra, uma equipe que nunca tinha perdido em seu território na Copa Rio Sul, enfim, muita pressão. Mas o que se viu quando a bola rolou foi um time que não se intimidou com as adversidades psicológicas. Angra não se abalou e foi uma equipe muito mais equilibrada e tecnicamente superior ao Paulo de Frontin.
Angra dos Reis teve calma, trabalhava as jogadas e explorava bem o nervosismo do time adversário, que com o passar do tempo, sentia mais psicologicamente a cobrança da torcida, pois as coisas não estavam acontecendo como eles esperavam.
O time angrense marcava muito bem, era guerreiro, construía melhor as jogadas e os gols começaram a sair. Victor fez 1 a 0 para Angra, Luiz André empatou para Paulo de Frontin, mas não demorou muito para o time angrense fazer 2 a 1 com Bernardo e 3 a 1, mais uma vez com Victor. Porém o detalhe que acabou definindo o segundo gol da equipe da casa foi o estouro das 5 faltas por Angra.
O goleiro Léo até que conseguiu impedir que a bola entrasse em um dos tiros frontais em cobrança de falta sem barreira do bom chutador Leonardo, mas na falta seguinte não deu e o Paulo de Frontin diminuiu o placar ainda no primeiro tempo para 3 a 2.
Talvez por uma questão de superstição, Paulo de Frontin volta para o jogo com um outro uniforme, trocou o branco pelo azul. Mas o mesmo quadro se apresentou no comportamento tático e na movimentação dos times pelo menos até na metade do segundo tempo. Isso porque Angra continuava melhor e o desequilíbrio continuava latente na equipe de Paulo de Frontin.
Mas da tranqüilidade em armar as jogadas e buscar os gols, Angra passou a ter uma postura mais de precaução e recuo, o que provocou o chamamento do time da casa, para frente, para o ataque, já que precisava pelo menos do empate para conseguir a vaga. E faltando cerca de 6 minutos para o fim do jogo Paulo de Frontin empata a partida com Leonardo, 3 a 3, através da cobrança de um pênalti, duvidoso e polemico marcado pela arbitragem, gerada de uma dividida de bola entre Marquinho de Angra e Leônidas de Paulo de Frontin.
E aproveitando o momento de distração de Angra, Moisés vira o jogo, 4 a 3 e o ginásio vira um verdadeiro “caldeirão”. Porém, faltando cerca de 4 minutos para terminar o jogo, a equipe angrense ainda teve forças para retomar o equilíbrio, partir para o ataque e ainda empatar o jogo através do melhor atleta, não só de Angra, mas do jogo, Nego.
A partir daí o time da casa começou a “cozinhar” a partida, já que a equipe continuava não jogando bem. Na linguagem futebolística, Paulo de Frontin “rifava” as bolas, ou seja, tentava gastar o tempo com chutes sem destino, com os jogadores chutando para onde “apontava o nariz”.
Veio então o outro detalhe que acabou definindo a não marcação do gol que Angra tanto precisava para vencer o jogo e a não classificação para seguir na Copa Rio Sul. Desta vez foi o Paulo de Frontin que tinha estourado o limite de 5 faltas. Era o momento de Angra forçar as faltas, com os jogadores explorando os dribles mais próximos do marcador, mas próximos da área adversária, que elas viriam e as chances pelo gol da vitória aconteceriam, o gol salvador, o gol da justiça de quem foi melhor em quadra, o gol da classificação. Mas ele não pintou. Final 4 a 4.
Um time em ascensão e guerreiro
É inegável o valor do time angrense. Teoricamente os números comprovam o crescimento e a maturidade de uma equipe que mudou da água para o vinho. De um time sem rumo e sem comando técnico no primeiro turno da Copa Rio Sul, para uma equipe que mostrou muita qualidade técnica e tática, e de melhor campanha no segundo turno: quatro jogos, três vitórias e um empate. Uma reação incrível de um time guerreiro, mas que por detalhes extremamente importantes e decisivos no futsal, impediram a seqüência de uma trajetória que tinha tudo para ser vitoriosa.
Talvez se a mudança na comissão técnica tivesse acontecido já após a derrota para Mendes ainda no primeiro turno, provavelmente Angra teria vencido o mesmo Paulo de Frontin em casa. Esse jogo, essa derrota, acabou sendo o principal fator pela não classificação do time angrense para a segunda fase da Copa Rio Sul de Futsal.
Mas uma coisa é certa: essa equipe deve ser mantida, esse trabalho deve ter continuidade, pois esse time tende a ascender ainda mais e proporcionar vitórias em futuras competições que Angra vier a disputar no futsal e conseqüentes alegrias
ara a torcida angrense. Talvez quem saiba nos Jogos Abertos do Interior e no Campeonato Estadual, ambas as competições, no segundo semestre.
Paulo de Frontin: Giovane, Paulo Henrique, Moisés, Leonardo, Maximiliano, Cássio, Pablo, Leônidas, Luiz André, Assis, Antônio, Carlos Roberto e Bruno. Técnico: Ulisses Souza.
Angra dos Reis: Léo, Victor, Bernardo, Nego, Marquinho, Júnior Jackson, Rodrigo, Leonardo, Miro, Bruno e Jorge. Técnico: Marquito.
Árbitros: Rodolfo Mannarino e Alexsander Rocha.
Classificação da Chave C:
| PG | J | V | E | D |
1º Barra Mansa | 18 | 8 | 6 | 0 | 2 |
2º Paulo de Frontin | 15 | 8 | 4 | 3 | 1 |
3º Angra dos Reis | 13 | 8 | 4 | 1 | 3 |
4º Mendes | 8 | 8 | 2 | 2 | 4 |
5º Rio Claro | 2 | 8 | 0 | 2 | 6 |