O Prefeito Fernando Jordão representou o município de Angra dos Reis em mais uma Audiência Pública para o Licenciamento Ambiental de Angra 3, na noite do dia 25, no Ginásio do Iate Clube Aquidabã. Ele manteve o posicionamento da Prefeitura a favor da construção da terceira usina da Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAA), lembrando porém que o licenciamento deve estar vinculado ao resgate de compromissos ambiental e social que o governo federal deve ao município.
- Somos a favor de Angra 3 porque o Brasil já gastou milhões de dólares na compra de seus equipamentos e também porque acredito que o País , nosso Estado e nosso Município precisam de mais esta usina. Acredito que ela também vai gerar muitos empregos para os moradores de Angra como os do Perequê, Frade, e adjacências. Temos que aprová-la mas é necessário fazer um detalhamento do que é preciso ser feito para atender nossas necessidades e as dos municípios vizinhos. O governo federal tem uma dívida conosco e isto precisa ser corrigido. Ressalto também a importãncia de estar participando de um processo como este. Na época da construção de Angra 1 e Angra 2 não pudemos opinar-, afirmou ele.
O Prefeito também lembrou da necessidade de investimentos federais em Escolas Técnicas para os jovens e trabalhadores da região e de contrapartidas para ajudar em obras de saneamento, em educação e saúde.
A reunião que começou às 19 horas teve a duração de cerca de 7 horas. Contou com a participação de diversas autoridades, moradores do entorno da usina, trabalhadores do setor, diretores da Eletronuclear, funcionários do Ibama, representantes de entidades ambientais, integrantes do Comitê Pró-Angra 3, secretários municipais, representantes do Governo do Estado, sindicatos, vereadores de Angra e de Mangaratiba, vítimas do Césio de Goiânia, imprensa e da população em geral.
Foi realizada mais esta audiência em Angra porque a primeira realizada em junho de 2007 foi anulada através de pedido do Ministério Público Federal que alegou irregularidades na condução do processo. A Prefeitura de Angra dos Reis já entregou aos condutores do processo de licenciamento uma lista contendo todas as reivindicações do município em relação às compensações sócio-ambientais necessárias.
O evento foi coordenado pelo representante do Ibama, Walter Muchagata. Também fizeram parte da mesa de abertura, Laércio Vinhas, da CNEN-Comissão Nacional de Energia-, Luiz Soares, da Eletronuclear; Ariane Gedel, do Ministério Público Federal e Alexandre Nunes da Rosa , da empresa MRS, responsável pela elaboração e apresentação do EIA - Estudos de Impactos Ambientais.
O evento foi iniciado com a fala dos representantes da mesa de abertura, seguido pela apresentação do EIA Rima e finalizado com importante debate sobre a questão.
Segundo a Eletronuclear, quando entrar em operação, a nova unidade terá uma potência elétrica de 1.350MW (térmica de 3.782MV) e poderá gerar 10,9 milhões de MWh por ano – carga equivalente a um terço do consumo total do Estado do Rio de Janeiro. Para sua construção, terá como referência Angra 2, em operação há seis meses, e considerada atualmente uma das usinas mais modernas e seguras do mundo.