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Desde 2022, o projeto Saúde no Olhar, da Prefeitura de Angra dos Reis, tem garantido que problemas de visão não sejam um obstáculo para o aprendizado dos alunos da rede municipal. A parceria entre as Secretarias de Educação e Saúde proporciona atendimento oftalmológico gratuito e, quando necessário, a entrega de óculos para as crianças. Em alguns casos, quando o aluno necessita de exames específicos, como mapeamento de retina, o estudante é encaminhado ao Hospital Municipal da Japuíba (HMJ).
Com pouco mais de dois anos, o programa já distribuiu 5.764 óculos e realizou exames em 29.450 estudantes, em 87 unidades de ensino de Angra dos Reis.
Problemas de vista aumentam no Brasil
De acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, 23 milhões de crianças em idade escolar no Brasil têm problemas de refração que interferem em seu desempenho diário, sejam eles relacionados ao aprendizado, autoestima ou inserção social.
— Além de melhorar o resultado educacional, podemos perceber também um aumento na autoestima dos estudantes que recebem os óculos, que se sentem muito mais motivados, confiantes e felizes no desenvolvimento de suas atividades escolares. E esse é o nosso principal objetivo: crianças aprendendo e felizes em nossas unidades de ensino — comentou Simone Viana, coordenadora de educação básica de Angra dos Reis.
Segundo dados do projeto Em Um Piscar de Olhos, duas em cada dez crianças em escolas públicas, entre 6 meses e 15 anos, possuem algum problema de visão, sendo que 85% delas ainda não utilizam óculos. Em Angra, uma a cada cinco crianças examinadas pelo Saúde no Olhar necessita usar óculos.
Ao entregar os óculos de forma gratuita, a Prefeitura de Angra assegura uma melhora no desempenho
escolar do aluno, permitindo que os estudantes com dificuldades visuais possam enxergar com clareza e acompanhar melhor as aulas.
— Problemas visuais podem prejudicar o aprendizado, especialmente na fase escolar. A identificação precoce de erros de refração, como miopia e astigmatismo, e sua correção com óculos, assegura que a criança tenha as mesmas oportunidades de desenvolvimento que seus colegas. No programa Saúde no Olhar, além de diagnosticar esses erros, também são identificadas deficiências visuais que requerem apoio pedagógico especializado. O diagnóstico precoce é crucial para estimular a visão e garantir o desenvolvimento adequado — afirmou Juliana Pimentel Flores, diretora do Centro de Apoio Pedagógico à Pessoa com Deficiência Visual de Angra dos Reis.
A correção visual adequada torna os alunos mais participativos e concentrados, resultando em um avanço no aprendizado. O projeto é essencial para promover igualdade de oportunidades, garantindo que problemas de visão não prejudiquem o desenvolvimento educacional.
O Saúde no Olhar garante uma integração entre educação, saúde e as famílias. A Secretaria de Educação identifica possíveis problemas visuais observando o desempenho dos alunos, enquanto a Secretaria de Saúde oferece exames. Já os responsáveis, que conhecem seus filhos de perto, acompanham o desenvolvimento acadêmico e o impacto positivo dos óculos, garantindo suporte contínuo. Essa colaboração assegura que nenhuma criança enfrente dificuldades visuais sem o apoio necessário.
— Antes, meu filho não conseguia enxergar muito bem, seja para ler ou para assistir televisão e outras atividades de que gosta. Agora, com a utilização dos óculos, percebo que ele tem uma nova disposição e atenção para realizar não somente as atividades escolares, mas também práticas de lazer, como assistir futebol, esporte que ele tanto gosta — comentou Hedilamar de Araújo, mãe de um dos alunos beneficiados pelo projeto.