Um ano depois da maior chuva registrada em Angra dos Reis, entre 1º e 2 de abril de 2022, a Prefeitura continua trabalhando em obras de prevenção e de contenção de deslizamentos de encostas com o objetivo de reduzir o impacto dos temporais.
Com o objetivo de avaliar avanços e desafios relacionados ao tema, hoje, 4 de abril, uma reunião técnica coordenada pelo secretário de Governo e Relações Institucionais, Cláudio Ferreti, com os secretários municipais de Defesa Civil, Ação Social, Obras, Desenvolvimento Regional, Educação e Saúde, será realizada na sede da Defesa Civil, às 15h.
– É uma reunião muito importante para a Prefeitura de Angra e principalmente para a população. Devemos seguir fortalecendo essa parceria, onde cada secretaria tem seu papel para proteger a cidade e minimizar as consequências das mudanças climáticas – explica Cláudio Ferreti.
No último ano, foram investidos mais de R$ 167 milhões em recursos do município para recuperar as partes mais atingidas, incluindo a Ilha Grande. Esta semana completou um ano que a cidade foi atingida por temporais que vitimaram 11 pessoas no bairro Monsuaba, o mais atingido pelo temporal no continente, e três desaparecidos na Ilha Grande. Em apenas um dia choveu mais de 900 milímetros, quase cinco vezes o esperado para o mês inteiro.
Especialistas apontam que episódios como esse se tornarão cada vez mais frequentes por conta das mudanças climáticas e da ocupação desordenada de áreas de risco. Diante desse cenário, a Prefeitura tem feito investimentos maciços em infraestrutura para preparar cada vez mais o município para enfrentar as fortes chuvas.
Nos últimos quatro anos, de 2019 a 2022, a Prefeitura investiu quase meio bilhão de reais em obras e serviços fundamentais para prevenir e minimizar os efeitos das chuvas. Contenção de encostas, desobstrução de bueiros e cursos d’água, informação meteorológica e manutenção de vias públicas são algumas das ações que foram – e seguem – sendo feitas.
Imediatamente nos dias que se seguiram as fortes chuvas, a Prefeitura - por meio das secretarias de Infraestrutura e Obras Públicas e Desenvolvimento Regional - destinou R$ 80 milhões em obras de contenção, drenagem, enrocamento e pavimentação em 21 localidades. É o caso de Ariró, Banqueta, Belém, Bracuí, Caetés, Campo Belo, Frade, Gamboa do Belém, Jacuecanga, Monsuaba, Morro das Velhas, Morro do Abel, Morro do Carmo, Paraíso, Parque da Cidade, Praia da Tartaruga, Praia das Éguas, Ribeira, Santo Antônio, Sapinhatuba e Tanguá, além da Ilha Grande.
Todos esses locais receberam serviços de recuperação, limpeza e manutenção de estações de tratamento, barragens, adutoras e tubulações.
Na Monsuaba já foram concluídos o recapeamento, a pintura das vias e o enrocamento (espécie de barreira de pedras) das três barras dos rios que deságuam na praia do bairro. Além disso, quatros obras de grande porte para contenção de encostas estão previstas para este ano: na Praia da Tartaruga, no Paraíso, na Praia das Éguas e na Estrada dos Maciéis, todos localizados na Ponta Leste, na região da Monsuaba.
O Governo do Estado está licitando a empresa que irá construir 128 apartamentos para famílias que perderam suas casas em Monsuaba, um investimento previsto de R$ 35,7 milhões. A Prefeitura cumpriu com a sua parte no acordo: doou o terreno, fez o projeto arquitetônico e preparou a área com rede de água e esgoto, luz e calçamento.
Nova etapa
Para este ano, a Defesa Civil pretende adquirir mais 13 sirenes na cidade, incluindo as instalações dos novos equipamentos na Ilha Grande: Abraão, Praia Vermelha, Araçatiba, Provetá e Aventureiro.
Também será reforçada a formação de Núcleos Comunitários de Proteção e Defesa Civil (NUPDEC), a vistoria de imóveis e o cadastro de moradores, assim como o uso de imagens de drone para monitoramento de áreas de risco do município.
Um sistema que transforma o celular em uma espécie de sirene portátil, abrangendo qualquer aparelho (de morador, turista ou visitante) que esteja na cidade, também está previsto para ser implantado – projeto de lei da deputada estadual Célia Jordão.
Entre as novas tecnologias, serão adquiridas cinco novas estações meteorológicas, igual número de estações hidrológicas e 13 novos pluviômetros, para aperfeiçoar o monitoramento do tempo, do nível dos rios e do volume de chuvas.
Parcerias
O Governo Federal incluiu a cidade no grupo de sete escolhidas para o projeto que vai aperfeiçoar o envio de alertas via SMS em caso de desastres naturais.
Já o Governo do Estado está investindo R$ 175 milhões em obras de contenção em diversos pontos da cidade, incluindo a Monsuaba, onde serão construídos 128 apartamentos para quem perdeu a casa na última tempestade.
A Transpetro está investindo mais de R$ 20 milhões em três obras de contenção na estrada da Ponta Leste.
SAIBA MAIS
A limpeza de Angra após as chuvas de abril de 2022 foi uma verdadeira “operação de guerra”.
• Defesa Civil: o sistema de alerta e alarme enviou SMS para 70 bairros da cidade, acionando 20 sirenes em 26 bairros e localidades.
• Mais de mil vistorias foram realizadas pela Defesa Civil, que também interditou 400 imóveis.
• 150 veículos - carros, caminhões, retroescavadeiras e embarcações - trabalharam direta ou indiretamente na retirada de 63 piscinas olímpicas de material de desassoreamento de rios, córregos e canais.
• Foram reparadas ou reconstruídas 6 km de novas redes de drenagem, manilhas e canaletas
• Mais de 12 km de ruas e avenidas foram limpas em menos de 7 dias.
• 50 pontos de apoio foram criados e 12 abrigos foram abertos para receber desalojados e desabrigados, num total de 821 pessoas.
• A Prefeitura cadastrou 200 famílias para receber aluguel social no valor de R$ 606.
• Exames de triagem de covid foram feitos pela Secretaria da Saúde, que também vacinou pessoas e animais, fez fiscalização sanitária, análise de água para consumo humano e controle de roedores.
• Toneladas de alimentos e doações foram organizados e armazenados pela Assistência Social: colchões, água potável, roupas e itens de higiene pessoal.