O projeto de total renovação da Rio-Santos, que prevê investimento de cerca de R$ 4 bilhões, foi detalhado em Angra na tarde dessa quinta-feira, 2 de fevereiro, pela presidente da CCR RioSP, Carla Fornasaro.
Em um encontro organizado pela Fecomércio com o apoio da Prefeitura de Angra, no Centro de Estudos Ambientais (CEA), a representante da empresa abordou temas como a duplicação de um trecho de 80 km entre Mangaratiba e Angra, e diversas obras de contenção, que vão garantir mais segurança para quem trafega pela rodovia.
Entre os presentes estavam o prefeito de Angra dos Reis, Fernando Jordão, que elogiou o trabalho realizado, mas fez algumas solicitações à CCR, como a criação de uma tarifa social para quem utiliza com frequência a rodovia, a alteração no horário do pare e siga e a construção de uma passagem subterrânea próximo ao Hospital Municipal da Japuíba (HMJ). Ele também fez o convite, prontamente aceito, para que a CCR passe a integrar o Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM).
- Minha posição sempre foi muito clara a favor da concessão da Rio-Santos e agora estamos vendo na estrada investimentos que nunca foram feitos. Há alguns problemas, mas o que não podia era uma ambulância demorar várias horas para ir para o Rio em uma estrada esburacada e cheia de problemas – afirmou o prefeito defendendo a privatização.
Há uma boa notícia para os veículos que trafegam com frequência pela rodovia. Segundo os representantes da CCR, eles terão descontos que podem chegar a 70% da tarifa de pedágio.
O principal questionamento da reunião, porém, foi sobre o sistema de pare e siga, que vem causando alguns transtornos para a população. Sobre este assunto, a presidente da CCR foi taxativa ao afirmar que ele vai continuar até o fim deste mês, quando, por questão contratual e sob a ameaça de uma multa vultuosa, a empresa deve entregar todo o recapeamento do trecho sob concessão.
- O pare e siga também nos preocupa. Estamos trabalhando para causar o menor transtorno possível, mas não se pode fazer a omelete sem quebrar os ovos. Nossas equipes estão trabalhando com afinco – afirmou Carla Fornasaro, se desculpando e pedindo um pouco mais de paciência à população.
A representante da CCR aproveitou para explicar que as obras não são realizadas no período noturno por causa do risco que ofereceria aos trabalhadores, já que a Rio-Santos é uma rodovia simples e as condições de visualização não seriam muito boas. “Não é má vontade, é uma questão de responsabilidade”, destacou.
Para o período do Carnaval, quando a região recebe um fluxo grande de visitantes, a CCR prometeu que tentará implementar uma programação de trabalho diferenciada, de forma a melhorar a circulação na região.
A presidente explicou ainda que foram identificados 450 pontos no trecho sob concessão que necessitam de obras de contenção. Algumas dessas intervenções já foram iniciadas é isso também vem causando retenções no trânsito.
- Nossa reunião foi ótima, as dúvidas foram tiradas. Nós estávamos sendo questionados pelos comerciantes e fizemos contato com o nosso presidente Antônio Florêncio de Queiroz, que marcou essa reunião com empresários e comerciantes da região Costa Verde. É disso que precisamos, essa clareza, essa transparência – frisou o vice-presidente da Fecomércio, Essiomar Gomes.
O secretário de Governo e Relações Institucionais, Cláudio Ferreti, engenheiro civil de carreira na prefeitura, destacou os pontos positivos da concessão.
- Foi uma reunião muito importante, sabemos que há muitos pontos críticos ao longo da Rio-Santos. Precisamos, junto com a CCR ouvir a população, pois quando ouvimos a população erramos menos. Com essa concessão ganhamos segurança e vamos minimizar muito as questões envolvendo acidentes – destacou.
FREE FLOW
Falando em pedágio, a cobrança começará a valer em breve e será no formato free flow, sistema de pagamento automático. Irá funcionar por meio de equipamentos de monitoramento instalados em pórticos metálicos, com capacidade de identificar 100% das passagens no local a ser monitorado, seja por TAG ou leitura de placa.
Desta maneira, não será necessária a construção de praças de pedágio que acabam afunilando e causando lentidão no trânsito. Com o novo formato, já usado em outros países, os motoristas terão 15 dias para pagar a tarifa por meio de aplicativo, site, chatbot e rede credenciada.
É bom lembrar que não haverá pedágio dentro do município de Angra dos Reis. Só pagarão a tarifa os motoristas que se deslocarem para Mangaratiba ou Paraty.
A reunião também foi acompanhada pelo presidente da Câmara Municipal, Rubinho Metalúrgico, e os vereadores Jorge Mascote, Charles Neves e Titi Brasil, sindicalistas, comerciantes, empresários e presidentes de associações de moradores.