Nesta terça-feira (20) foi realizado no Centro de Estudos Ambientais (CEA), o 1º Ciclo de Palestras para Surdos e Ouvintes de Angra dos Reis. O intuito do evento Promovido pela Secretaria de Desenvolvimento social através da Central de Intérprete de Libras CIL, trazendo para a comunidade surda informações sobre o ingresso ao mercado de trabalho, e, para os ouvintes, a melhor forma de acolhimento para com eles, assim como o engajamento da população ouvinte em adquirir os novos conhecimentos sobre a cultura surda e a língua brasileira de sinais, a fim de trazer melhor qualidade de vida aos cidadãos surdos. Segundo dados do CadÚnico, em Angra vivem hoje mais de 600 pessoas com deficiência auditiva.
- Esse é um programa da Secretaria de Desenvolvimento Social, e estamos tentando, junto com os empresários da região, uma forma de incluir os surdos no mercado de trabalho. Mas não é só uma vaga de trabalho e sim dar meios e formas de aceitação e inclusão da melhor forma possível. Esse primeiro ciclo de palestras é um evento que desejamos que aconteça outras vezes. A inclusão social não é só uma forma de cumprir a lei e fazer políticas públicas, é dar dignidade para as pessoas, abraçar a diversidade, respeitar a singularidade de cada um – comentou a secretária de Desenvolvimento Social e Promoção da Cidadania, Thaisa Bedê.
A ideia do 1º Ciclo de Palestras foi incentivar as empresas públicas e privadas a adequar seus atendimentos por meio de libras e do conhecimento das principais dificuldades que os surdos sofrem no dia a dia.
- Já temos um contato antigo com a comunidade surda, inclusive vários alunos da faculdade têm deficiência auditiva. Estar com essas pessoas aqui hoje foi muito enriquecedor, foi um momento muito importante poder conhecer e saber mais dos desafios enfrentados por eles. Na Unifael, temos um sistema de ensino digital que já é mais inclusivo, e passar essas informações sobre acessibilidade também é muito interessante – disse Lara de Carvalho, coordenadora do polo da Unifael em Angra dos Reis.
O evento teve uma sequência de palestras seguida por uma roda de conversa com troca de experiência e perguntas pertinentes à comunidade surda. Os grupos foram divididos entre os surdos com uma palestra separada com um intérprete, e no auditório do CEA ficaram os representantes de empresas da cidade que também participaram de uma palestra sobre inclusão e as dificuldades enfrentadas pelos surdos no mercado de trabalho.
Para os surdos que já estão no mercado de trabalho, o ciclo de palestras foi um momento de troca de experiências e compartilhamento de informações para que possa ajudar outras pessoas surdas que ainda procuram por uma vaga.
- Essa palestra de hoje foi maravilhosa, o que eu assisti foi muito importante, passar as informações para as empresas para que elas visualizem os surdos como pessoas capazes de realizar todas as funções. O surdo é capaz e pode evoluir na empresa junto com os ouvintes, e ter essa troca de informações hoje foi fundamental – explicou Bruno Ferreira dos Santos, que é surdo e trabalha como auxiliar em uma farmácia no Centro.