A Cultura deixou de ser uma fundação e passou a ser uma secretaria executiva. O objetivo é enxugar custos de uma velha Cultuar, cheia de cargos desnecessários e investir essa economia no que interessa: ao fomento aos projetos culturais e apoiar os artistas. O foco é usar qualquer recurso disponível para a arte. E nesse tom encaixa a transferência da cultura para a Casa Larangeiras.
- Agora cabe. Com muito menos pessoas penduradas na estrutura da secretaria em cargos decorativos e políticos, além de administrativos dispensáveis, seremos mais agíeis para atender a demanda de quem faz cultura. Mas o mais importante é montarmos uma equipe para buscar recursos de leis de incentivos federal e estadual, além de ensinar o artista a ser um produtor para viver de arte. – explica João Carlos Rabello, secretário de Desenvolvimento Econômico, cuja Secretaria Executiva de Cultura e Patrimônio está ligada.
Um das ações já tomadas pelo secretário Executivo, João Willy, foi a entrega do prédio onde funcionava a administração da extinta Fundação Cultural e se pagava mensalmente o valor de R$ 8.074,00 em apenas aluguel. Hoje, com um quadro de funcionários reduzido, a Secretaria está funcionando no terceiro andar da Casa Larangeiras. Embora seja um espaço cultural, Willy, afirma que as atividades no local não serão interrompidas.
- Voltar para a Secretaria quer dizer uma economia anual de no mínimo um milhão e meio de reais. Hoje a secretaria cabe aqui, na Casa Larangeiras sem interferir nas atividades do espaço. Esta vinda significa uma economia de R$ 160 mil por ano. Hoje estamos sem recurso, então a primeira tarefa aqui é ser criativo, diminuir os custos para equilibrar as contas para sobrar recursos para fazer cultura – declarou.
Nesse primeiro momento, a ideia é equilibrar as finanças, mas sem tirar o poder de investimento e de ação da cultura, que há cerca de dois anos está praticamente parada.
- Nesse momento é readequar a cultura para que a gente possa sair dessas gorduras que estão sendo gastas como, por exemplo, o aluguel de imóvel. A intenção é virar essa página de não ter condições de dar uma “bala” para o artista ou contratar e ficar devendo. Esse é o trabalho – explicou, dizendo ainda que uma secretaria tem a mesma possibilidade de consegui verbas e ter o fundo municipal de cultura funcionando.
Subvenções:
Outra medida tomada pela nova gestão foi à suspensão provisória das subvenções do Coral da Cidade que recebia 450 mil por ano e do Ateneu de Letras Angrenses que recebia a quantia de 80 mil anualmente.
“O atraso de pagamento das subvenções às estas importantes instituições supera mais de um ano. Acho que o artista está vendo a atual situação. O modelo de gestão estava esgotado, superado e não funcionava. Além disso, a situação é crítica. Todos os municípios estão cortando despesas. O Fernando diminuiu 800 cargos comissionados. Acho que o artista está entendo que nesse primeiro momento a gente vai passar por período de turbulência, de dificuldade. Difícil, mas é preciso fazer isso agora, porque se deixarmos para depois, vai ser muito mais difícil de recuperar um investimento lá na frente. Cada atividade será contemplada de uma forma diferente e vamos negociar ponto a ponto com os interessados”.
O desejo do setor artístico é um só, ver a cultura movimentar a cidade.
“Sou a favor de tudo que venha para a melhoria, mesmo que sejam medidas de corte para readequação. Se o momento atual pede o replanejamento, novas formas de se pensar e fazer cultura. Então que seja agora”. Maykon Renan (ator).
“A reforma administrativa era necessária porque tínhamos um quadro inchado e obsoleto. Muitas pessoas veem essa ação como um passo para trás, e pode muito ser que estejam certas. Mas pode ser também que, num futuro próximo, a Fundação seja retomada, mas o momento é de vencer uma guerra e, às vezes, recuar é necessário para o avanço. Um trabalho muito complexo e importante está em desenvolvimento e vai viver essa transição Fundação/subsecretaria. A instituição estará muito fortalecida com um layout que vai facilitar a comunicação interna e a melhor integração dos seus setores”. (Anna Oliveira – funcionária).