No domingo, 04 de fevereiro, Angra dos Reis foi palco de uma grande homenagem para celebrar a festa de Iemanjá. Ao longo do dia, a Praça Zumbi dos Palmares, no Centro, recebeu diversas atividades voltadas para a Rainha do Mar, todas com a participação dos candomblecistas, umbandistas e do povo de terreiro de Angra dos Reis.
No começo da celebração, às 13h, foi realizada uma grande roda para Iemanjá com a participação de filhos das diversas Casas de Axé. Às 14h30, aconteceu a tão esperada procissão até o Cais de Santa Luzia. Em seguida, a procissão marítima tomou conta das águas de Angra, com oferendas à rainha do mar. O encerramento ocorreu às 17h com show musical do cantor Pablo apresentando seu novo projeto intitulado “Pablito com o Samba de Gingue ’Fia”‘.
- Angra é uma cidade com uma cultura religiosa muito rica, e assim como faz com as festas católicas e evangélicas, o poder público tem obrigação de apoiar as religiões de matriz africana, com a programação do Dia de Iemanjá, não apenas como uma festa folclórica, mas como um ato de resistência e importância das religiões de matriz africana para a nossa cultura. Queremos garantir ao povo de terreiro o direito de expressar sua identidade, suas tradições e sua devoção à Iemanjá - declarou o secretário de Cultura e Patrimônio, Andrei Lara.
Toda a celebração foi realizada pela Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria de Cultura e Patrimônio, com apoio de várias Casas de Axé da cidade. O objetivo é que os festejos, que não são realizados há 10 anos, retornem ao calendário de eventos da cidade.
A HISTÓRIA DE IEMANJÁ
Iemanjá é um orixá (divindade africana) feminino das religiões candomblé e umbanda. O seu nome tem origem no idioma Iorubá “Yèyé omo ejá”, que significa “mãe cujos filhos são como peixes”. É considerada a mãe de todos os adultos e a mãe dos orixás. Iemanjá, na verdade, é a divindade do rio que deságua no mar. Ela é filha de Olokun, o orixá rei dos oceanos. O rio que representa Iemanjá e sua história é o Rio Ogun, localizado no estado de Oxum, na Nigéria. Iemanjá é a padroeira dos pescadores. Para as religiões de matriz africana, como o candomblé e a umbanda, é ela quem decide o destino de todos aqueles que entram no mar.
Também é considerada a “Afrodite brasileira”, a deusa do amor a quem recorrem os apaixonados em suas demandas amorosas. No Brasil, a deusa Iemanjá recebe diferentes nomes, dentre eles: Dandalunda, Inaé, Ísis, Janaína, Marabô, Maria, Mucunã, Princesa de Aiocá, Princesa do Mar, Rainha do Mar e Sereia do Mar.