Foi inaugurado na manhã desta quinta-feira, 30, na Praia de Bananal, na Ilha Grande, o Laboratório de Produção de Peixes Marinhos, com a criação de alevinos (filhotes) do peixe bijupirá. O projeto tem a parceria da Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria Executiva de Agricultura, Aquicultura e Pesca, com a Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), Ipemar (Instituto de Pesquisas Marinhas, Arquitetura e Recursos Renováveis), Ambig (Associação de Maricultores da Baía da Ilha Grande) e Governo Federal, através da Secretária de Pesca e Aquicultura. Esse é o segundo laboratório de bijupirá ativo no Brasil. O outro fica na Ilha Bela, São Paulo.
Segundo Carlos Kazuo, presidente da Ambig, com a instalação do laboratório, há uma perspectiva de uma produção de 20 toneladas anuais de bijupirá, podendo triplicar e chegar a 60 toneladas por ano. “O laboratório foi idealizado há seis anos, pois tínhamos uma fragilidade na cadeia produtiva no fornecimento da forma jovem de alevinos. Hoje a gente tem a vieira, na Baía da Ilha Grande, como carro chefe da maricultura, principalmente porque nós temos o laboratório do IED-BIG (Instituto de Ecodesenvimento da Baía da Ilha Grande), que produz aqui, e faltava para a gente um laboratório para a produção do peixe. A base da cadeia produtiva é a produção da forma jovem, e até então, tínhamos que trazer de outros estados os alevinos para fazer a engorda aqui”, disse Kazuo.
Com o funcionamento do laboratório de bijupirá, sua produção vai abastecer a unidade demonstrativa, que servirá para treinar e capacitar novos maricultores, e a partir daí, serão replicadas as fazendas de piscicultura marinha na Baía da Ilha Grande, e esse processo vai criar emprego e gerar renda para a comunidade local. O bijupirá tem um grande potencial nutricional, muito rico em ômega 3, e é um peixe com ótima aceitação de mercado, com alto valor comercial. A demanda é grande, e hoje à venda está mais voltada para o eixo Rio-São Paulo, com tendência de ampliar essa comercialização, após a inauguração do laboratório. O bijupirá é um peixe que cresce muito rápido e adulto pesa em média 5 kg.
O número das instituições envolvidas na iniciativa dá a dimensão da importância do laboratório para a economia e para o ambiente da Baía da Ilha Grande. O projeto visa produzir conhecimento científico e, principalmente, fomentar a maricultura na região. Serão produzidos os peixes adultos e os alevinos serão destinados às fazendas marinhas, onde a engorda será realizada. Além de todos dos benefícios que a atividade traz, um dos motivos mais nobres é a geração de alimento de boa qualidade, cuja produção é de baixo impacto.