Angra realiza semana da hanseníase

95 casos da doença foram registrados no município nos últimos 3 anos

29 de janeiro de 2015
O último domingo, 25, foi o Dia Mundial de Luta Contra a Hanseníase, e, como forma de celebrar a data, a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Angra dos Reis está realizando durante toda esta semana diversas atividades de prevenção da doença. Nos últimos três anos foram registrados 95 novos casos de hanseníase no município. O tratamento é gratuito, fornecido pela rede municipal de saúde.

Informações estão sendo fornecidas aos usuários da rede, e profissionais vêm recebendo palestras sobre o tema. O Programa de Combate a Hanseníase encerrará as atividades alusivas à data no sábado, 31. Na quarta-feira, 28, agentes comunitários de saúde receberam orientações sobre a hanseníase, e o conjunto de trabalhadores da construção da usina nuclear Angra 3 tiveram uma palestra sobre o tema, que foi ministrada pelo biólogo Eurípedes Vargas, coordenador do Programa de Hanseníase no município.

Causada por um bacilo chamado Mycobacterium leprae, a transmissão é através de uma pessoa doente, sem tratamento, que elimina o bacilo por meio das vias respiratórias, como secreções nasais, tosses e espirros. Os principais sintomas são dormências, dor nos nervos dos braços, mãos, pernas e pés, presença de lesões de pele com alteração da sensibilidade e diminuição da força muscular. De acordo com Cirinéia Piano, diretora de Vigilância Epidemiológica, podem aparecer manchas em qualquer parte do corpo.

- Manchas que provoquem alteração de sensibilidade são o principal sintoma. Também devemos ficar atentos a áreas de pele seca e com diminuição de suor, áreas da pele com queda de pelos e áreas insensíveis [machucar-se sem perceber], sensações de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos, úlceras de pés e pernas, caroços no corpo, feridas e ressecamento do nariz e ressecamento nos olhos - cita Cirinéia.

Mais informações sobre a doença e detalhes sobre o tratamento podem ser obtidos pelo telefone (24) 3377-8681, número do programa de controle da hanseníase da Secretaria de Saúde da prefeitura.

SOBRE A HANSENÍASE

É uma doença infecciosa que atinge a pele e os nervos dos braços, mãos, pernas, pés, rosto, orelhas, olhos e nariz. O tempo entre o contágio e o aparecimento dos sintomas é longo. Pode variar de 2 a até mais de 10 anos. A hanseníase pode causar deformidades físicas, que podem ser evitadas com o diagnóstico no início da doença e o tratamento imediato.

SINAIS E SINTOMAS

Manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade; área de pele seca e com falta de suor; área da pele com queda de pelos, especialmente nas sobrancelhas; área da pele com perda ou ausência de sensibilidade; sensação de formigamento (parestesias) ou diminuição da sensibilidade ao calor, à dor e ao tato. A pessoa se queima ou se machuca sem perceber; dor e sensação de choque, fisgadas e agulhadas ao longo dos nervos dos braços e das pernas, inchaço de mãos e pés; diminuição da força dos músculos das mãos, pés e face devido à inflamação de nervos, que nesses casos podem estar mais grossos e doloridos; úlceras de pernas e pés; nódulo (caroços) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos; febre, edemas e dor nas juntas; entupimento, sangramento, ferida e ressecamento do nariz; ressecamento nos olhos; mal-estar geral, emagrecimento. Os locais com maior predisposição para o surgimento das manchas são mãos, pés, face, costas, nádegas e pernas. Porém, Em alguns casos, a hanseníase pode ocorrer sem manchas.

TRANSMISSÃO

se dá por meio de uma pessoa doente que apresenta a forma infectante da doença (multibacilar - MB) e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo por meio das vias respiratórias, podendo infectar outras pessoas suscetíveis. O bacilo de Hansen tem capacidade de infectar grande número de pessoas, mas poucas adoecem, porque a maioria apresenta capacidade de defesa do organismo.

A HANSENÍASE NÃO SE TRANSMITE:

Por meio de copos, pratos e talheres, portanto não há necessidade de separar utensílios domésticos da pessoa com hanseníase; assentos, como cadeiras, bancos; Apertos de mão, abraço, beijo e contatos rápidos em transportes coletivos ou serviços de saúde; picada de inseto; Relação sexual; aleitamento materno; doação de sangue; herança genética ou congênita (gravidez).