Intervenção urbana inicia campanha contra violência de gênero, em Angra
Alerta sobre o feminicídio e o impacto das expressões machistas naturalizadas na sociedade ocupa a Avenida Ayrton Senna
Fincadas no gramado da Avenida Ayrton Senna, cruzes brancas com mensagens de cunho machistas chamaram a atenção de quem circulou pela via, na manhã de terça-feira, 25. A intervenção, realizada pela Prefeitura de Angra dos Reis, por meio da Secretaria de Segurança Pública, deu início à campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher, transformando o canteiro em um espaço de memória, reflexão e denúncia.
A ação marcou o Dia Internacional Pelo Fim da Violência contra as Mulheres, lembrado na data. As cruzes simbolizam mulheres vítimas de feminicídio. Em cada uma delas, um balão vermelho com frases machistas reais — “Você é só minha”, “Mulher minha não sai vestida desse jeito”, entre outras —ainda repetidas por muitas pessoas em seu dia a dia, reforçam desigualdades e alimentam ciclos de agressão. Um convite à reflexão sobre a gravidade do problema.
A intervenção contou com a participação de representantes de secretarias municipais e forças de segurança, como a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) e a Patrulha Maria da Penha do 33º BPM, reafirmando o compromisso do município com políticas integradas de proteção às mulheres.
Para a primeira-dama e secretária de Urbanização, Parques e Jardins, Beth Brito, a mobilização precisa ser coletiva e contínua.
— Esse tema deve ser debatido por todos. A violência contra a mulher atinge famílias inteiras. Não é uma pauta de um grupo, é de toda a sociedade – destacou.
As agentes do Proep-Mulher, Noemi Rodrigues e Danielle Neves, reforçaram a importância de ações que rompam o silêncio e provoquem desconforto positivo na população. Noemi lembrou que a violência muitas vezes começa de maneira sutil.
— É em discursos machistas, que muita gente repete sem pensar, que a violência se alimenta. Precisamos desconstruir essas ideias para impedir que novas histórias de sofrimento aconteçam – pontuou.
Danielle enfatizou que o município segue empenhado em fortalecer a rede de proteção.
— Cada cruz aqui representa uma vida interrompida. Que essa ação ajude as pessoas a enxergarem o que muitas mulheres enfrentam todos os dias. Nossa luta é para que nenhuma outra mulher seja silenciada – finalizou.