Sarau canta diversidade das comunidades tradicionais

Alunos do Polo Musical Yumi Faraci mostram seu talento na Semana da Consciência Negra de Angra

27 de novembro de 2014
Em comemoração à Semana da Consciência Negra, o Polo Musical Educacional Yumi Imanishi Faraci apresentou no auditório do Centro de Estudos Ambientais (CEA), nessa terça-feira, dia 25, o sarau Cantando a Diversidade, que prestou uma homenagem às comunidades tradicionais do município, exaltando os quilombolas, indígenas e caiçaras. O evento contou com a presença da prefeita Conceição Rabha.

O sarau começou com a música “Diversidade“, do cantor pernambucano Lenine. Outras músicas do cancioneiro popular também foram cantadas e tocadas pelos alunos, como “Maracangalha“, “A suíte dos violões“ e “Vatapá“, as três de Dorival Caymmi; “A barquinha dourada“, da Festa do Divino Espírito Santo; dentre outras. Foi apresentado um jogral com a música “Asa Branca“, interpretada pelo alunos do EJA, com a participação do cantor Cagério e da Banda Municipal de Angra dos Reis (Bamear), seguida de uma composição popular africana de louvor e agradecimento a Deus.

O polo funciona na Escola Municipal Tânia Rita (Ciep do Belém) e hoje atende a cerca de 47 alunos da rede pública municipal e também moradores do entorno da escola, com aulas de violão, flauta doce, teclado e violino. Sob a coordenação de Carmem Lúcia dos Santos Calheiro, o polo musical está ligado à Gerência de Educação Comunitária da Secretaria de Educação da Prefeitura de Angra.

A unidade tem como objetivo desenvolver um trabalho gratuito de inicialização musical no canto e na prática instrumental individual e de conjunto. O nome do polo foi escolhido em homenagem à filha dos donos da pousada Sankay, na Ilha Grande, que foi vítima das fortes chuvas que assolaram Angra dos Reis em 2010. Além de estudante de arquitetura e urbanismo, Yumi era musicista e compositora. Para a prefeita, é um grande orgulho ter o polo no município.

- A música traz paz, serenidade e compreensão para todos nós. Fico feliz de ver esse projeto se desenvolvendo e levando lindamente o nome da cidade para fora de Angra - disse Conceição.

Entusiasmada com a apresentação, a secretária de Educação, Raquel Benatti, citou a importância da música como agente transformador e agradeceu o empenho dos professores na produção da apresentação.

- A capacidade de unir e transformar que a música tem é incrível. Certamente sairemos daqui hoje transformados, depois de ver essa bela apresentação. Parabéns professores e coordenadores pelo evento - disse a secretaria.

Encerrando a noite, um ponto de jongo do seu Manoel Moraes sobre a educação foi puxado pela quilombola Marilda, com a participação do grupo Unidos pela Música, do percussionista Jorge Moreno. Logo em seguida, as crianças cantaram uma música em guarani.

- Estou muito emocionado. Fico feliz em ver que a nossa cultura está dialogando com outras culturas - disse o representante da tribo guarani, Argemiro da Silva.

Camile Campos, de 11 anos, aluna do polo, toca flauta doce e está no projeto há dois meses. Essa foi a primeira apresentação da jovem.

- Estava muito ansiosa, mas agora passou. Eu gostei de subir no palco e me apresentar. Quero fazer isso mais vezes - declarou a menina, que conheceu o polo através de amigas da escola e pediu à avó que a matriculasse. - Quando a Camile me pediu, não pensei duas vezes. Além de ela estar aprendendo um instrumento, está na escola e isso me dá mais segurança. Fiquei muito emocionada com a apresentação. Minha neta está tocando flauta de verdade! - disse emocionada dona Jurides Romeu, avó da menina.