Costa Verde discute turismo de base comunitária
Encontro aconteceu em Paraty e terminou no sábado. Representantes pretendem repeti-lo em Angra dos Reis
27 de julho de 2015
Terminou no último sábado, dia 25, o primeiro Encontro de Turismo de Base Comunitária (TBC), realizado em Tarituba, Paraty. A atividade, que começou na quinta-feira, dia 23, reuniu representantes do setor público, instituições e diversas comunidades tradicionais da Costa Verde para discutir modelos de turismo sustentável com a participação da comunidade local. O Encontro de TBC foi organizado em conjunto pela Prefeitura de Angra dos Reis, por meio de sua Fundação de Turismo (TurisAngra), e a Secretaria de Turismo de Paraty. Indígenas, quilombolas, caiçaras, representantes da economia solidária, barqueiros, agricultores, comunidades praianas, dentre outros grupos, tiveram voz no encontro.
- O turismo de base comunitária é um tipo de turismo onde a própria comunidade é empreendedora do produto turístico, dentro de uma lógica que não seja priorizar o entretenimento, mas sim a troca de experiências, a troca cultural. De forma que o visitante possa visitar a comunidade, experimentar suas comidas típicas, ouvir suas histórias, vivenciar sua cultura - resume a gerente de Projetos da TurisAngra, Amanda Hadama.
O encontro contou com palestras e debates que discutiram questões como ocupação territorial, problemáticas do turismo, práticas sustentáveis, redes e formas de gestão, políticas públicas, dentre outras. Foram exibidos vídeos mostrando a experiência de vários modelos de turismo de base comunitária que vêm dando certo pelo Brasil. Dentre os destaques, a participação de Rosa Martins, representante da Rede Tucum, projeto bem-sucedido no Ceará. O encontro contou com uma programação cultural que mostrou um pouco das atividades das comunidades tradicionais da Costa Verde, garantindo espaço para artistas caiçaras, quilombolas e indígenas. Uma ciranda de Tarituba encerrou o evento.
Marilda Francisca de Souza, representante dos quilombolas angrenses, destacou a capacitação como um ponto fundamental para que as comunidades tradicionais lidem com o setor turístico. Para ela, a divulgação é outra questão importante.
- No quilombo de Santa Rita do Bracuí, recebemos universidades e escolas, recebemos turistas da Argentina, Canadá, Bélgica, mas até hoje há muita gente em Angra que não sabe o que tem lá - afirma Marilda, que espera ver o potencial turístico do quilombo catalogado e incluído no roteiro turístico da região.
Ela também destacou que a sua comunidade, assim como as outras que também trabalham com TBC, possui uma grande preocupação com o meio ambiente, como a preservação do solo e dos mananciais. “Se o solo vai bem, as outras coisas vão bem também“, disse ela. A sustentabilidade e a consciência ambiental são grandes diferenciais do TBC em relação ao turismo de entretenimento.
Dentre os problemas debatidos, a questão do território mereceu destaque. Há na região um histórico de comunidades tradicionais que sofrem com a especulação imobiliária. A legislação de unidades de conservação também é questionada pelos grupos, que buscam estabelecer com essas unidades uma cultura de parceria e não de cerceamento. A capacitação para o turismo, assim como para acessar as políticas públicas, e a divulgação dos roteiros também foram reivindicados.
- Esta é a primeira vez que Angra e Paraty se unem para discutir turismo de base comunitária com essa profundidade, e o trabalho que temos pela frente é promissor. Ainda não temos um catálogo de TBC, então as possibilidades são enormes. Pretendemos, até o final de outubro, concluir este catálogo - afirmou o presidente da TurisAngra, Klauber Valente.
De acordo com Valente, Além de identificar os modelos de turismo de base comunitária, já consolidados e em potencial, outros grandes desafios são capacitar o pessoal da área e buscar o equilíbrio sustentável entre o turismo de entretenimento e o de base comunitária.
- Em vez de divergir do turismo de massa, podemos buscar aproximar esse turismo das experiências do TBC. Um visitante que vem a Angra em um cruzeiro, por exemplo, pode ser informado de um destino turístico junto a uma comunidade. Depois, ele levará com ele não só a experiência da visita a Angra, mas a de um fogão de lenha, a de uma comida típica - exemplificou o presidente da TurisAngra.
Valente afirmou que a Fundação de Turismo está criando uma agenda de atividades, para dar continuidade às discussões do encontro, levando em conta as diretrizes traçadas pelos grupos de trabalho, formados pelos representantes das comunidades no último dia do encontro.
- Este nosso primeiro encontro foi muito positivo. As iniciativas de TBC podem ser valorizadas, e a parceria iniciada com Angra deve ser mantida e ampliada - destacou o secretário de Turismo de Paraty, Wladimir Santander.
- O turismo de base comunitária é um tipo de turismo onde a própria comunidade é empreendedora do produto turístico, dentro de uma lógica que não seja priorizar o entretenimento, mas sim a troca de experiências, a troca cultural. De forma que o visitante possa visitar a comunidade, experimentar suas comidas típicas, ouvir suas histórias, vivenciar sua cultura - resume a gerente de Projetos da TurisAngra, Amanda Hadama.
O encontro contou com palestras e debates que discutiram questões como ocupação territorial, problemáticas do turismo, práticas sustentáveis, redes e formas de gestão, políticas públicas, dentre outras. Foram exibidos vídeos mostrando a experiência de vários modelos de turismo de base comunitária que vêm dando certo pelo Brasil. Dentre os destaques, a participação de Rosa Martins, representante da Rede Tucum, projeto bem-sucedido no Ceará. O encontro contou com uma programação cultural que mostrou um pouco das atividades das comunidades tradicionais da Costa Verde, garantindo espaço para artistas caiçaras, quilombolas e indígenas. Uma ciranda de Tarituba encerrou o evento.
Marilda Francisca de Souza, representante dos quilombolas angrenses, destacou a capacitação como um ponto fundamental para que as comunidades tradicionais lidem com o setor turístico. Para ela, a divulgação é outra questão importante.
- No quilombo de Santa Rita do Bracuí, recebemos universidades e escolas, recebemos turistas da Argentina, Canadá, Bélgica, mas até hoje há muita gente em Angra que não sabe o que tem lá - afirma Marilda, que espera ver o potencial turístico do quilombo catalogado e incluído no roteiro turístico da região.
Ela também destacou que a sua comunidade, assim como as outras que também trabalham com TBC, possui uma grande preocupação com o meio ambiente, como a preservação do solo e dos mananciais. “Se o solo vai bem, as outras coisas vão bem também“, disse ela. A sustentabilidade e a consciência ambiental são grandes diferenciais do TBC em relação ao turismo de entretenimento.
Dentre os problemas debatidos, a questão do território mereceu destaque. Há na região um histórico de comunidades tradicionais que sofrem com a especulação imobiliária. A legislação de unidades de conservação também é questionada pelos grupos, que buscam estabelecer com essas unidades uma cultura de parceria e não de cerceamento. A capacitação para o turismo, assim como para acessar as políticas públicas, e a divulgação dos roteiros também foram reivindicados.
- Esta é a primeira vez que Angra e Paraty se unem para discutir turismo de base comunitária com essa profundidade, e o trabalho que temos pela frente é promissor. Ainda não temos um catálogo de TBC, então as possibilidades são enormes. Pretendemos, até o final de outubro, concluir este catálogo - afirmou o presidente da TurisAngra, Klauber Valente.
De acordo com Valente, Além de identificar os modelos de turismo de base comunitária, já consolidados e em potencial, outros grandes desafios são capacitar o pessoal da área e buscar o equilíbrio sustentável entre o turismo de entretenimento e o de base comunitária.
- Em vez de divergir do turismo de massa, podemos buscar aproximar esse turismo das experiências do TBC. Um visitante que vem a Angra em um cruzeiro, por exemplo, pode ser informado de um destino turístico junto a uma comunidade. Depois, ele levará com ele não só a experiência da visita a Angra, mas a de um fogão de lenha, a de uma comida típica - exemplificou o presidente da TurisAngra.
Valente afirmou que a Fundação de Turismo está criando uma agenda de atividades, para dar continuidade às discussões do encontro, levando em conta as diretrizes traçadas pelos grupos de trabalho, formados pelos representantes das comunidades no último dia do encontro.
- Este nosso primeiro encontro foi muito positivo. As iniciativas de TBC podem ser valorizadas, e a parceria iniciada com Angra deve ser mantida e ampliada - destacou o secretário de Turismo de Paraty, Wladimir Santander.