Prefeitura comemora o Dia do Deficiente Intelectual

Unidade de Trabalho Diferenciado atende a alunos a partir dos 18 anos de idade

25 de agosto de 2015
A Prefeitura de Angra, por meio da Unidade de Trabalho Diferenciado, realizou na última sexta-feira, 21, na praça da Igreja Matriz, um ato alusivo ao Dia da Pessoa com Deficiências Intelectual e Múltipla, que é oficialmente comemorado no dia 22 de agosto.

O objetivo, segundo a coordenadora da Unidade de Trabalho Diferenciado para Deficientes Intelectuais (UTD/DI), Kelly Maia, é divulgar o trabalho realizado pela UTD dentro da Escola José Américo Lomeu Bastos, no Morro do Abel, bem como propiciar a esses alunos mais autonomia para conviver em sociedade, se comunicar e trabalhar. Durante toda a tarde os alunos com DI participaram de panfletagem, apresentação e comercialização dos trabalhos artesanais confeccionado por eles, ciranda (trabalhando a expressão corporal) e roda de poesia.

- É importante a comunidade angrense ficar sabendo que existe um trabalho educacional para alunos a partir dos 18 anos de idade que têm DI. Trabalhamos com eles oficinas de prática educacional de vida independente. Entendemos que o conceito de DI ainda é pouco explorado na nossa sociedade, e o principal motivo que nos fez desenvolver esse ato foi conversar um pouco com as pessoas a respeito do que não é a deficiência intelectual, pois muitos ainda acham que ela é contagiosa e que pode levar o sujeito à loucura - explica Kelly.

A deficiência intelectual caracteriza-se por significativas limitações, tanto no funcionamento intelectual quanto no comportamento adaptativo, expresso nas habilidades conceituais, sociais e práticas, e tem início antes dos 18 anos de idade. As pessoas portadoras de deficiência múltipla são aquelas afetadas em duas ou mais áreas, caracterizando uma associação entre diferentes deficiências, com possibilidades bastante amplas de combinações. Um exemplo seriam as pessoas que têm deficiência mental e física. A secretária de Educação, Jane Aparecida, falou da experiência de cuidar de uma pessoa com deficiência intelectual e os desafios de inseri-los no sistema educacional.

- Esse é um público que não tinha atendimento na rede municipal de Angra, quadro que conseguimos mudar há cerca de um ano e meio. Essa foi uma promessa de campanha da prefeita Conceição que a gente conseguiu colocar em prática, e hoje percebemos o quanto esses alunos estão engajados na questão da socialização. Tenho um DI em casa, sei como tudo isso é importante. As atividades que estão acontecendo neste ato são coisas simples, mas que têm um grande significado para eles, devido às suas limitações. Para nós, enquanto governo, poder atender a esse público é uma vitória muito grande e a ideia é, dentro das possibilidades, ampliar cada vez mais esses serviços - comemora Jane.

Como principais critérios para o diagnóstico da deficiência intelectual estão o funcionamento intelectual inferior à média e as limitações significativas no funcionamento adaptativo, em, pelo menos, duas das seguintes áreas de habilidades: comunicação, autocuidados, vida doméstica, habilidades sociais/interpessoais, uso de recursos comunitários, autossuficiência, habilidades acadêmicas, trabalho, lazer e segurança.

Isso significa que, no dia a dia, a pessoa com deficiência intelectual tem dificuldade para aprender, entender e realizar atividades comuns para as outras pessoas e, na maioria das vezes, se comportam como se tivesse menos idade do que realmente tem. Um dos desafios no diagnóstico da deficiência intelectual é estabelecer claramente a origem ou identificar a causa da deficiência. Em alguns casos, não é possível determinar exatamente qual a causa. No entanto, sabe-se que existem diversos fatores de risco que podem levar à deficiência e que estão dentro de quatro categorias: biomédicos, sociais, comportamentais e educacionais.