Arte e piano nas ruas encerraram programação de Natal

Guilherme Vergueiro tocou canções de bossa-nova e MPB na Praça do Porto

22 de dezembro de 2015
Nem mesmo o mau tempo que predominou durante a última quinta-feira, 17, foi capaz de estragar o encerramento da programação cultural Encantos de Natal, promovida pela Prefeitura de Angra por meio da Fundação Cultural (Cultuar). A Rua do Comércio e a Praça do Porto, no Centro da cidade, foram transformadas com as ações que ocorreram na parte da tarde: uma intervenção artística e um projeto inédito em Angra, o Piano na Praça.

A intervenção artística começou por volta das 15h, organizada pelos grupos Cia. Apé - Spasophia e o Grupo Teatral Arteiros. A proposta foi despertar a solidariedade em quem circulava na Rua do Comércio, através de uma provocação que literalmente parasse o trânsito. A intervenção “Transforme-SE” contou com o apoio da Cultuar e da Subsecretaria de Trânsito.

- A Carmen Amazonas (do Spasophia) me convidou para fazermos uma ação solidária no final de ano. Chegamos a pensar em fazer um sarau, onde recolheríamos brinquedos. Porém, a partir da abordagem de um homem que vagava pela rua, a Carmen deu a ideia de fazermos uma intervenção na rua. Logo as ideias foram surgindo e os personagens sendo construídos – explicou o ator Ramon Souza, produtor da atividade.

Por volta das 15h, início da ação, duas atrizes e uma jovem, que pediu para participar quando viu o grupo de atores ensaiando, andavam pelas ruas da cidade abordando pessoas e pedindo presentes de Natal. A ideia era fazer uma primeira provocação para o ato que aconteceria mais tarde.

– Eu vi essas três meninas pedindo presente e partiu meu coração, não podia levar para casa, mas precisava fazer alguma coisa – relatou a dona Célia, que, de imediato, sem saber que se tratava de ação cultural, acionou o Conselho Tutelar da cidade.

Já por volta das 18h, em um cortejo que passou pela maior parte da Rua do Comércio, jovens entoaram cânticos de louvor, pontos de umbanda e hinos católicos e ainda recitaram cantos budistas, com figurinos que representavam algumas religiões. Nesse ato, a proposta era uma defesa da liberdade religiosa. Além disso, atores vestidos de animais, simbolizando a natureza, e de sombra, imitando os transeuntes, pararam a rua enquanto moradores e turistas assistiam curiosos a tudo que acontecia. Nas portas das lojas, vendedores estavam atentos a tudo que acontecia e curiosos para entender do que se tratava.

– É impossível não se emocionar vendo uma apresentação dessas, diante do momento em que estamos vivendo. Está tudo muito lindo. Eles ensaiaram a semana toda e conseguiram parar a Rua do Comércio. Estou muito feliz pelo meu neto – disse Maria da Penha, que acompanhava de perto a apresentação do neto.

Enquanto isso, ali próximo, na Praça do Porto, nem mesmo a chuva fina e contínua atrapalhou o pianista Guilherme Vergueiro e seu publico na apresentação da última edição do projeto Piano na Praça, uma iniciativa do próprio artista, radicado em Los Angeles, e que conta com o patrocínio do Centro Cultural Correios.

– Estou adorando Angra. Na vinda eu me atrasei no trânsito e perdi meu barco para a Ilha, mas pude tocar piano enquanto aguardava – disse o turista Canadense, Moch Rimer.

Com um repertório que incluía músicas brasileiras de grandes artistas da bossa-nova e MPB, além de músicas autorais de Guilherme, o público manteve-se presente e, com o guarda-chuva aberto, seguiu prestigiando o artista.

– Que delicia de apresentação! Que Angra faça mais eventos como esse – disse alguém da plateia, enquanto o pianista encerrava sua sexta apresentação no município. Ele agradeceu e elogiou muito a cidade.

– O Cenário para a apresentação não poderia ser melhor. Essa cidade é linda e a nossa apresentação, apesar da chuva, foi encantadora – quero voltar a Angra não só para tocar, mas também a lazer – despediu-se o artista.