Encerrado ciclo de debates da Fita
Encontro inédito na Festa de Teatro reuniu, em quatro momentos, ícones do teatro, jornalismo e teledramaturgia
17 de novembro de 2014
O final de semana do feriado de Proclamação da República serviu para reunir atores, jornalistas e escritores no plenário da Câmara Municipal de Angra nos dois últimos encontros do ciclo de debates “Embate & resistência: o teatro e a cultura nos Anos de Chumbo“. A iniciativa foi parte da programação da Festa Internacional de Teatro de Angra (Fita) deste ano. O debate foi transmitido ao vivo pela TV Câmara, e na Casa Larangeiras havia um telão transmitindo a discussão em tempo real. O ciclo de debates da Fita contou com o apoio da Prefeitura de Angra, por meio da Fundação Cultural (Cultuar).
No sábado, dia 15, o tema foi “A dramaturgia de resistência“. Compondo a mesa, a dramaturga e roteirista Consuelo de Castro e o diretor teatral e dramaturgo João das Neves. Na mediação do debate, a autora teatral Maria Helena Kühner. No domingo, com o tema: “O caldo da cultura no saldo da ditadura“, estiveram presentes o escritor e teledramaturgo Lauro César Muniz, o escritor Sergio Fonta e, como mediador, o jornalista cultural do jornal O Globo, Luiz Felipe Reis. Nos dois dias o plenário da Câmara ficou lotado.
No sábado, os convidados lembraram os “artifícios“ usados para enfrentar a ditadura, dissuadindo os coronéis da censura, e do crime de opinião, instituído pelo AI-5. João das Neves relembrou os tempos de militância no Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE), ao lado de Ferreira Gullar e outros grandes intelectuais. Emocionada, Maria Helena Kühner relembrou seus dias exilada, longe da família.
- Essa foi a época em que eu mais escrevi. Não fazia mais nada além de ler e escrever. Era dessa forma que eu podia resistir. Escrever é um ato de resistência - afirmou.
A onda de protestos de junho e julho passados também foi pauta recorrente durante os dois dias. Consuelo de Castro deu um alerta para a jovem plateia presente:
- Quando forem se manifestar, sejam criativos, para não vivermos momentos como o que vivemos, de muito sofrimento e dor. Tenham certeza, existe uma coisa chamada liberdade que você deve manter a qualquer preço - encorajou Consuelo de Castro, no final do debate.
Com mediação de Luiz Felipe Reis, o debate de domingo começou com histórias e casos de Lauro Cesar Muniz. A atriz Bárbara Bruno, esposa de Lauro César, também esteve presente e participou da discussão. O encontro foi marcado pelas histórias da construção narrativa das novelas dos anos 60 e 70, escritas por Lauro Cesar.
Para o jovem Heron dos Santos, os debates foram excelentes e, muito mais que uma aula de história, uma verdadeira retrospectiva de cultura.
- Adorei os temas e os convidados. Foi magnífico ouvir dos gênios do teatro e daqueles que atuaram na mídia nos anos de chumbo como era fazer teatro e ver como a arte nos modifica. De fato, essa experiência aviva ainda mais a certeza de que a juventude tem um forte papel neste processo. Não posso deixar de citar a emoção de ouvir Zezé Motta e Marília Pêra cantando Roda Viva. Foi épico! - declarou entusiasmado.
Ao final do encontro, o curador do ciclo de debates e presidente do Juri da Fita, Sérgio Fonta, agradeceu aos presentes e a iniciativa do evento:
- Este ciclo de debates começa a delinear uma marca de pensamento da Fita. O povo de Angra e do entorno está tendo um trabalho de base incrível que o tempo confirmará - afirmou.
No sábado, dia 15, o tema foi “A dramaturgia de resistência“. Compondo a mesa, a dramaturga e roteirista Consuelo de Castro e o diretor teatral e dramaturgo João das Neves. Na mediação do debate, a autora teatral Maria Helena Kühner. No domingo, com o tema: “O caldo da cultura no saldo da ditadura“, estiveram presentes o escritor e teledramaturgo Lauro César Muniz, o escritor Sergio Fonta e, como mediador, o jornalista cultural do jornal O Globo, Luiz Felipe Reis. Nos dois dias o plenário da Câmara ficou lotado.
No sábado, os convidados lembraram os “artifícios“ usados para enfrentar a ditadura, dissuadindo os coronéis da censura, e do crime de opinião, instituído pelo AI-5. João das Neves relembrou os tempos de militância no Centro Popular de Cultura (CPC), da União Nacional dos Estudantes (UNE), ao lado de Ferreira Gullar e outros grandes intelectuais. Emocionada, Maria Helena Kühner relembrou seus dias exilada, longe da família.
- Essa foi a época em que eu mais escrevi. Não fazia mais nada além de ler e escrever. Era dessa forma que eu podia resistir. Escrever é um ato de resistência - afirmou.
A onda de protestos de junho e julho passados também foi pauta recorrente durante os dois dias. Consuelo de Castro deu um alerta para a jovem plateia presente:
- Quando forem se manifestar, sejam criativos, para não vivermos momentos como o que vivemos, de muito sofrimento e dor. Tenham certeza, existe uma coisa chamada liberdade que você deve manter a qualquer preço - encorajou Consuelo de Castro, no final do debate.
Com mediação de Luiz Felipe Reis, o debate de domingo começou com histórias e casos de Lauro Cesar Muniz. A atriz Bárbara Bruno, esposa de Lauro César, também esteve presente e participou da discussão. O encontro foi marcado pelas histórias da construção narrativa das novelas dos anos 60 e 70, escritas por Lauro Cesar.
Para o jovem Heron dos Santos, os debates foram excelentes e, muito mais que uma aula de história, uma verdadeira retrospectiva de cultura.
- Adorei os temas e os convidados. Foi magnífico ouvir dos gênios do teatro e daqueles que atuaram na mídia nos anos de chumbo como era fazer teatro e ver como a arte nos modifica. De fato, essa experiência aviva ainda mais a certeza de que a juventude tem um forte papel neste processo. Não posso deixar de citar a emoção de ouvir Zezé Motta e Marília Pêra cantando Roda Viva. Foi épico! - declarou entusiasmado.
Ao final do encontro, o curador do ciclo de debates e presidente do Juri da Fita, Sérgio Fonta, agradeceu aos presentes e a iniciativa do evento:
- Este ciclo de debates começa a delinear uma marca de pensamento da Fita. O povo de Angra e do entorno está tendo um trabalho de base incrível que o tempo confirmará - afirmou.