Angra celebra mais uma Semana da Consciência Negra

Programação propõe reflexão e reconhece contribuição da tradição ancestral africana na formação das diversas matrizes da cultura brasileira

16 de novembro de 2015
Teve início na última quarta-feira, dia 11, as atividades alusivas à Semana da Consciência Negra em Angra. A Fundação Cultural de Angra (Cultuar) preparou uma vasta programação para destacar a contribuição da tradição ancestral africana para a formação das diversas matrizes da cultura brasileira e convida a todos para refletir sobre o racismo e denunciá-lo, quando necessário.

A Casa Larangeiras abriu a exposição “Agbara Orixás”, uma parceria com o Departamento de Cultura da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Decult-Uerj), que pode ser conferida até o dia 3 de dezembro. Na mostra, o artista Sidiney Rocha, curador da exposição, explora cores, formas, detalhes e atributos, ao representar a indumentária de 15 orixás, os mais conhecidos e reverenciados nas religiões de matrizes africanas: Exu, Iemanjá, Xangô, Oyá, Oxum, Obá, Ogum, Oxóssi, Obaluaê, Nanã, Oxumarê, Ossaim, Logum Edé, Ewa e Oxalá.

No mesmo espaço, a ambientação, feita com a técnica do muralismo pelo artista Júlio Garcia, ilustra os 12 metros de parede da Casa Larangeiras com três desenhos cujo tema é a consciência negra: As mulheres Negras, As Crianças e Uma Deusa Africana.

Na noite de quinta-feira, 19, às 20h, a Casa Larangeiras recebe o Coral da Cidade com a apresentação “A Missa dos Quilombos”. O espetáculo é uma celebração criada por Dom Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra, com música de Mílton Nascimento. O ato religioso denunciou as consequências da escravidão e do preconceito no Brasil e se transformou em uma cerimônia de fé, comunhão, música e ritmo.

Na manhã da sexta-feira, 20, haverá um cortejo saindo da praça General Osório, a partir das 10h. Os alunos do projeto Unidos pela Música, do percussionista Jorge Moreno Filho, conhecido como Etiopia, sairão tocando seus instrumentos pelas ruas do Centro até a praça Zumbi dos Palmares.

Já na praça, desde as 9h, estará o grupo de consciência negra Ylá-Dudu, que, como todos os anos irá promover o ato “Somos Todos Filhos de Zumbi”. O ponto alto do alto é a lavagem do busto de Zumbi.

Ainda na praça, haverá grafite livre do artista plástico Júlio Garcia; aulão de tambores com o professor Jauber; aulão de percussão com o Etiópia; apresentação de dança de rua com Tonny Marques e Paula Teixeira; além de apresentação de hip hip com a dupla Tje Night MC‘s.

No sábado, ainda parte das celebrações da Semana da Consciência Negra, o mestre Abutre, do grupo cultural de capoeira Senzala, apresenta, no segundo andar da Casa Larangeiras, o tradicional Senzaleados, uma grande roda de capoeira aberta ao público. Toda a programação da Semana da Consciência Negra é gratuita.