Escola Frei Fernando realiza a 7ª Feira Literária e Cultural

Neste ano o evento homenageou o escritor indígena Daniel Munduruku

12 de novembro de 2015
A Escola Municipal Frei Fernando Geurtse, no Marinas, realizou nesta quarta-feira, 11, a 7º Feira Literária e Cultural da unidade, que neste ano homenageou Daniel Munduruku, escritor e professor brasileiro pertencente à etnia indígena mundurucu. A ideia foi proporcionar reflexões acerca das questões afro-brasileiras e indígenas aos alunos do pré ao 4º ano por meio de um concurso aberto.

Como em todo ano, a feira tem como principais objetivos valorizar as contribuições dessas etnias na cultura brasileira, estimular nos alunos o habito de escrever poesias baseando-se na literatura do autor homenageado e reconhecer a contribuição dessas etnias nas manifestações culturais. A diretora da escola Frei Fernando, Cristiane Carneiro, disse que essas temáticas são trabalhadas durante todo o ano com os alunos.

– A gente vem trabalhando essas temáticas desde o começo do ano e colocamos as questões que muitas vezes são silenciadas no currículo. Mostramos para os nossos alunos que Angra possui aldeias indígenas e despertamos neles o desejo de conhecê-las. Apresentamos ainda os costumes e práticas indígenas e afro-brasileiras e como eles estão presentes no nosso dia a dia – explica Cristiane.

Além de pais e familiares de alunos, o evento contou ainda com a ilustre presença do professor indígena Argemiro da Silva, da Aldeia Guarani. Ele contou a sua história para os alunos e como é desenvolvido o seu trabalho naquela comunidade e disse que a cultura indígena deveria estar sempre presente em todas as escolas do município.

– Fiquei muito feliz de ver esse trabalho bacana realizado por essa escola. Acho que é a primeira vez que vejo uma escola municipal fazer esse tipo de movimento abordando a lenda indígena. Fiquei surpreso com a curiosidade das crianças. Muitas escolas deixam para falar dos índios apenas no dia deles e fazem a mesma prática de sempre: acabam passando informações de coisas que não fazem parte da nossa realidade. Por isso, acho que todas as escolas do município deveriam trabalhar mais a nossa cultura indígena dentro das salas de aula e apresentar essa realidade que há muitos anos é presente neste município – analisa o professor Argemiro, que também é sociólogo.

Ao final do evento, alunos que concorreram com os melhores desenhos e poesias foram agraciados com livros.