UFF lança exposição permanente no Quilombo do Bracuí

Projeto tem apoio da Cultuar e conta com aplicativo para localização de memoriais históricos

09 de novembro de 2015
A Universidade Federal Fluminense (UFF), com apoio da Prefeitura de Angra, por meio da Fundação Cultural (Cultuar), lança neste sábado, dia 14, às 16h, no Quilombo do Bracuí, o projeto “Passados presentes - memória da escravidão no Brasil“. O projeto conta com um aplicativo de turismo de memória e uma exposição permanente. A parceria da Prefeitura de Angra foi fundamental na concretização da iniciativa.

O “Passados presentes” é um projeto de turismo de memória inédito no país. São três memoriais a céu aberto e um aplicativo para celular, com roteiros que conduzem a lugares emblemáticos para o tráfico negreiro, a história da escravidão e do pós-abolição no Brasil. E no Quilombo do Bracuí, localizado no município de Angra dos Reis, encontra-se um dos roteiros pilotos do projeto.

O memorial do Quilombo do Bracuí, localizado na casa da quilombola Marilda de Souza, conta a história da luta da comunidade para garantir o território herdado por seus antepassados e de como seus moradores se tornaram guardiões da memória do tráfico negreiro na região, um crime contra a humanidade, de acordo com a ONU. Segundo a tradição oral e as pesquisas históricas, a antiga fazenda do Bracuí era utilizada para recuperação dos sobreviventes da longa viagem da África ao Brasil. Os outros dois memoriais estão localizados no Quilombo São José da Serra, em Valença, e no Parque das Ruínas da Fazenda São José do Pinheiro, na cidade de Pinheiral.

A exposição permanente e os pontos de memória sinalizados no Quilombo do Bracuí foram identificados pelos moradores mais antigos do local, em parceria com as historiadoras que coordenam o projeto. São eles que contam a história local a partir do que ouviram de seus pais e avós. Dentre as histórias contadas, destacam-se as narrativas sobre o naufrágio do navio negreiro Camargo, em 1852, nas terras da antiga fazenda.

O jongo do Sudeste, definido como manifestação de canto, dança e percussão, foi reconhecido pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) como patrimônio cultural brasileiro, em 2005. O Quilombo do Bracuí tem importantes mestres jongueiros e conta com inúmeros griôs, com suas vozes e narrativas registradas no memorial. No Bracuí, pode-se experimentar também o melhor da culinária quilombola. Para saber mais sobre a história do Quilombo do Bracuí e de como visitá-lo, baixe o aplicativo Passados Presentes (Google Store ou Play Store).

A inauguração da sinalização turística e do Memorial Passados Presentes acontece neste sábado, às 16h, na casa da quilombola Marilda de Souza, localizada no quilombo, na estrada da Santa Rita.