Saae pede cautela no uso da água

Falta de chuvas no município faz com que reservatório da Banqueta opere em níveis muito baixos

21 de agosto de 2012

Na manhã de terça-feira, 21 de agosto, uma equipe do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Angra dos Reis fez uma visita ao reservatório do bairro da Banqueta, que fornece água para vários pontos da cidade. O presidente da autarquia, Carlos Marcatti, fez questão de ir pessoalmente ao local. Ele constatou que a quantidade de água está muito aquém do que poderia ser considerada normal.
A barragem da Banqueta é o principal sistema de água relativo ao Centro da cidade e a Japuíba. Ele é operado de forma mista, através da Cedae e do Saae. Num período como este, com mais de 30 dias sem chuva, o reservatório está bem abaixo do nível, o que pode causar um colapso no abastecimento.
“Estamos usando o rio Cabo Severino, que já atende entre 10 e 15 mil pessoas, na intenção de ajudar o reservatório da Banqueta. O Saae está buscando uma solução que não cause um problema na rede”, informou o presidente da autarquia.
A barragem da Banqueta opera em estado de alerta desde a semana passada. Para impedir que locais considerados como “pontas de rede” – que recebem a água por último – sejam prejudicados, Carlos Marcatti pede aos usuários que sejam econômicos. “As pessoas que vivem em locais amparados de forma mais abrangente pela rede não sabem o que os moradores das chamadas pontas de rede passam.”
Ainda segundo o presidente do Saae, em alguns locais onde o fornecimento de água é mais complexo, estão sendo montadas elevatórias móveis – reservatórios de fibra com capacidade de até 10 mil litros – para injetar água na rede de distribuição.
A falta de chuva também influencia diretamente o cenário. Os 64 microssistemas de abastecimentos que são operados pelo Saae dependem basicamente das chuvas. Eles não têm nenhum tipo de mecanismo de acúmulo, como pode ser exemplificado pela barragem da Banqueta, que é o maior deles e não possui reservação.
A longo prazo, o Saae prevê outras soluções para o problema no município. “Estamos efetuando um projeto para centralizar o abastecimento em dois pontos, Mambucaba e Bracuí. No primeiro, vamos abastecer até a região de Itaorna; no segundo, desde o Frade até os limites do município, em Garatucaia e Cantagalo. Isso está custando ao município R$ 3 milhões, só pela execução. Pretendemos deixar o projeto pronto, para que o próximo governo consiga buscar recursos para a implementação”, conta Carlos Marcatti, antes de completar: “Tivemos uma situação parecida com essa em 2007, que foi até um pouco mais grave. De lá para cá, o consumo já aumentou muito. Por conta disso, estamos trabalhando num sistema definitivo para abastecer a cidade.”