Saae pede cautela no uso da água
Falta de chuvas no município faz com que reservatório da Banqueta opere em níveis muito baixos

Na manhã de terça-feira, 21 de agosto, uma equipe do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) de Angra dos Reis fez uma visita ao reservatório do bairro da Banqueta, que fornece água para vários pontos da cidade. O presidente da autarquia, Carlos Marcatti, fez questão de ir pessoalmente ao local. Ele constatou que a quantidade de água está muito aquém do que poderia ser considerada normal.
A barragem da Banqueta é o principal sistema de água relativo ao Centro da cidade e a Japuíba. Ele é operado de forma mista, através da Cedae e do Saae. Num período como este, com mais de 30 dias sem chuva, o reservatório está bem abaixo do nível, o que pode causar um colapso no abastecimento.
“Estamos usando o rio Cabo Severino, que já atende entre 10 e 15 mil pessoas, na intenção de ajudar o reservatório da Banqueta. O Saae está buscando uma solução que não cause um problema na rede”, informou o presidente da autarquia.
A barragem da Banqueta opera em estado de alerta desde a semana passada. Para impedir que locais considerados como “pontas de rede” – que recebem a água por último – sejam prejudicados, Carlos Marcatti pede aos usuários que sejam econômicos. “As pessoas que vivem em locais amparados de forma mais abrangente pela rede não sabem o que os moradores das chamadas pontas de rede passam.”
Ainda segundo o presidente do Saae, em alguns locais onde o fornecimento de água é mais complexo, estão sendo montadas elevatórias móveis – reservatórios de fibra com capacidade de até 10 mil litros – para injetar água na rede de distribuição.
A falta de chuva também influencia diretamente o cenário. Os 64 microssistemas de abastecimentos que são operados pelo Saae dependem basicamente das chuvas. Eles não têm nenhum tipo de mecanismo de acúmulo, como pode ser exemplificado pela barragem da Banqueta, que é o maior deles e não possui reservação.
A longo prazo, o Saae prevê outras soluções para o problema no município. “Estamos efetuando um projeto para centralizar o abastecimento em dois pontos, Mambucaba e Bracuí. No primeiro, vamos abastecer até a região de Itaorna; no segundo, desde o Frade até os limites do município, em Garatucaia e Cantagalo. Isso está custando ao município R$ 3 milhões, só pela execução. Pretendemos deixar o projeto pronto, para que o próximo governo consiga buscar recursos para a implementação”, conta Carlos Marcatti, antes de completar: “Tivemos uma situação parecida com essa em 2007, que foi até um pouco mais grave. De lá para cá, o consumo já aumentou muito. Por conta disso, estamos trabalhando num sistema definitivo para abastecer a cidade.”