Na quinta-feira, 12, o presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TurisAngra), Hique Carloni, realizou duas importantes reuniões com o objetivo de prosseguir com a implantação do projeto de profissionalização do eco turismo e do turismo rural no bairro Bracuí. A primeira aconteceu no Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a segunda com a Fundação Nacional do Índio (Funai). Durante os encontros foram definidas as próximas ações que deverão ser realizadas pelos envolvidos no projeto. 
 
No Dnit, o presidente da TurisAngra foi recebido pelo supervisor Vanderson Lopes da Silva. Hique Carloni explicou o projeto de criação de um centro de informações turísticas em formato de oca na entrada do bairro, área que pertence ao órgão. O centro será administrado pela TurisAngra e servirá para a venda de artesanato dos índios, além de prestar orientações aos visitantes que procurarem pelo roteiro turístico do Bracuí. Vanderson ouviu atentamente a proposta e pediu que a fundação de turismo envie um projeto para avaliação, nos moldes do centro de informações construído na Serra d’Água.
              
- Vamos fazer uma adaptação, de forma que a obra atenda às normas do Dnit e também ao que desejamos fazer. Nada impede que um centro de informações tenha espaço para a exposição do artesanato indígena. Acredito que avançamos em relação a isso – disse Hique Carloni, que pretende apresentar o projeto a Vanderson dentro de duas semanas.   
 
Outra solicitação do presidente da TurisAngra foi a autorização do órgão para a implantação de uma sinalização turística rústica, com as placas sendo produzidas com eucalipto. Porém, de acordo com Vanderson Lopes, as informações ao longo da rodovia devem seguir o padrão internacional de sinalização turística.                   

Após sair do encontro no Dnit, Hique Carloni recebeu o representante da Fundação Nacional do Índio (Funai), Cristino Machado, na sede da TurisAngra. Ele falou sobre a visita feita à tribo na semana passada. Hique explicou como o projeto vai ajudar na preservação da cultura guarani em Angra dos Reis.
 
- Vamos revitalizar os espaços da aldeia, trazendo de volta as antigas ocas, com todas as características originais. Também vamos criar os espaços para apresentações de dança, exposição do artesanato, degustação das comidas típicas, além da visitação à fábrica onde eles produzem capas de agendas com papel reciclado a partir da fibra da bananeira e das cascas de cebola  – disse ele.   
 
 Cristino Machado ficou entusiasmado com o projeto e dois aspectos chamaram a sua atenção: o primeiro foi a valorização do artesanato indígena, que vai deixar de ser exposto nas ruas da cidade, de forma pejorativa, e vai ganhar status de arte, com espaços próprios para sua comercialização; a segunda é a recuperação da cultura guarani, hoje bastante descaracterizada pela proximidade dos índios com a civilização.