Um mês inteiro dedicado à cultura na cidade, com atividades programadas para vários locais: é o Agosto Cultural, que será realizado pela Fundação Cultural de Angra dos Reis (Cultuar). “O Agosto nasce de uma análise sobre as influências de agentes externos na cultura local. E por isso, temos esses diálogos”, disse o presidente da Cultuar, Délcio Bernardo. A programação completa será divulgada até o final deste mês.

Ele explicou que a iniciativa é resultado de uma evolução histórica, de relacionar as diversas manifestações culturais da cidade, mantendo as tradições e também valorizando-as para as novas gerações. “Não havia muitas ações da prefeitura voltadas para os quilombolas e os índios, por exemplo”, explica Délcio. As transformações ocorridas em Angra, como as construções da estrada Rio-Santos e das usinas nucleares e o início das atividades do então estaleiro Verolme influíram na cultura angrense. “Na Vila Histórica, as rodas de jongo foram modificadas, porque muitos dos praticantes acabaram deslocando-se para o Morro do Carmo, no Centro”, afirma.

Essas transformações também ocorreram porque muitas pessoas que vieram morar em Angra trouxeram, naturalmente, suas tradições culturais. Por esse motivo, com o aumento da diversidade, a Cultuar reconheceu a necessidade de haver o diálogo entre as várias formas de cultura, tema do Agosto Cultural deste ano. “O diálogo é sempre possível, porque é claro que nenhuma forma é mais importante do que a outra”, disse o presidente da Cultuar.

Com o objetivo de retratar a diversidade das tradições culturais e, simultaneamente, estreitar os laços com cada comunidade, o Agosto Cultural terá eventos descentralizados: na Vila Histórica, Centro, Bracuí, Ilha Grande (Espaço Cultural Constantino Cokotos), em escolas municipais, dentre outros locais.