Sementes e Frutos: 30 anos sem Zé Alexandre Castilho

Evento organizado por amigos e familiares faz do tributo ao artista uma grande festa da música angrense

20 de maio de 2016
Em 1º de junho de 1986, na cidade de Curitiba, num domingo de jogo de seleção brasileira em Copa do Mundo, a irresponsabilidade de um motorista embriagado tirou a vida de um grande artista angrense. O cantor José Alexandre Castilho partiu novo, aos 23 anos, apaixonado pela música, cheio de projetos de um futuro que já se desenhara brilhante a partir de sua ida para o Paraná, onde se dedicou profissionalmente a Camerata Antíqua de Curitiba e ao Grupo Renascentista. Para resgatar a memória do artista nessas três décadas de saudade, um grupo de amigos e parentes se reuniu para homenageá-lo, e será por meio da música, com shows do Quarteto Angra e Coral da Cidade, na quinta, dia 26; e apresentações solo de Fátima Castilho, PC Castilho, Milena Castilho, Bárbara Castilho, Zangareio, Júlio Morgado, Fernando Grande e Danilo Frederico, na sexta, dia 27.

Além da programação musical, sempre às 20h, haverá uma exposição com objetos e memórias do artista e uma roda de conversa com o Grupo Revolucena, com o tema “Semente e frutos da arte da nossa cidade”.

– Em Angra, o tenor Alexandre era sempre destaque no Coral da Cidade, um solista admirado pelo também saudoso maestro Galloway, que o apresentou ao maestro Roberto de Regina, então regente da respeitada Camerata, em Curitiba – relembra Marcelo Ramos, responsável pela curadoria da exposição – Lembro bem da ópera Dido e Enéas, que fizemos com o Galloway. A peça foi pensada para ele protagonizar. Galloway amava o Zé – completa Ramos.

Zé Alexandre também foi um dos fundadores e ator atuante do histórico grupo de teatro de Angra dos Reis dirigido por Zequinha Miguel, o Revolucena, responsável pela não derrubada do imóvel que viria a ser a primeira casa de cultura do estado do Rio, a Casa de Cultura Poeta Brasil dos Reis.

– O Zé foi fruto da efervescência cultural de nossa cidade. Um talento absurdamente ímpar. Um cara de um humor sensacional. Qualquer pessoa ficava bem ao lado dele. Além de ser o fundador de um dos blocos mais expressivos da nossa cidade, o Nega Maluca – declarou Zequinha Miguel, de forma saudosa, lembrando do amigo.

Em uma programação de dois dias no palco do Centro Cultural Theóphilo Massad, o Teatro Municipal de Angra dos Reis, estarão reunidos artistas, amigos e familiares. Antes de cada apresentação musical, o grupo Revolucena vai comandar rodas de conversa com o público sobre a história e trajetória dos artistas angrenses e das artes da cidade.

Os ingressos para os shows custam R$ 10 e R$ 5 (meia-entrada) e são vendidos antecipadamente, na Casa de Cultura Poeta Brasil dos Reis (esquina da Rua do Comércio com a avenida Raul Pompeia) e Casa Larangeiras (praça Zumbi dos Palmares). Uma oportunidade única para quem quiser conhecer um pouco mais sobre a história e a essência da cultura de Angra de dos Reis. Não perca!

PROGRAMAÇÃO

Dia 26
Quarteto Angra e Coral da Cidade

Dia 27
Fátima Castilho, PC Castilho, Milena Castilho, Bárbara Castilho, Zangareio, Júlio Morgado, Fernando Grande e Danilo Frederico

Exposição (curadoria de Marcelo Ramos)
Grupo Revolucena (“Sementes e frutos das artes em nossa cidade”).