Escola para cegos comemora o Dia do Braille

Durante todo o dia, alunos fazem distribuição de panfletos informativos e rodas de conversa

14 de abril de 2014
A Prefeitura de Angra, por meio da Escola Municipal para Deficientes Visuais, realizou na quarta-feira, 8, um evento especial em comemoração ao Dia Nacional do Braille.

O Sistema Braille é um sistema de leitura para cegos, utilizado por meio do tato, criado pelo francês Louis Braille, que perdeu a visão aos três anos de idade. Os símbolos formados representam as letras do alfabeto, números, simbologia aritmética, fonética, musicografia e informática.

Durante todo o dia alunos e profissionais realizaram atividades diferenciadas, como roda de conversa entre os alunos, que discutiam a importância do Braille na vida deles, e distribuição de panfletos informativos.

- Este ano a educação para deficientes visuais está completando 15 anos. Então a gente vem fazendo, ao longo desse ano, momentos de comemorações, aproveitando as datas comemorativas, como hoje (DIA 8), que é o Dia Nacional do Braille. A escrita Braille tem sua importância única para o deficiente visual, apesar de todos os recursos que vêm em áudio e digitalizado - explica a diretora interina da unidade, Marize Braga.

A Escola Municipal para Deficientes Visuais é uma unidade pública que tem como público alvo deficientes visuais, com outros comprometimentos ou não, e surdocegos. Ela oferece a oportunidade de vivências sociais e pedagógicas, maximizando suas potencialidades, além de possibilitar a aquisição de conceitos que lhes permitam exercer sua cidadania de uma forma digna.

A unidade trabalha com educação de crianças, jovens e adultos, psicologia educacional e tecnologia assistida. Nela estão matriculados 70 alunos, entre bebês e adultos, além de possuir um corpo docente especializado. Dentro da unidade escolar existe o Centro de Apoio Pedagógico (CAP) para deficientes visuais, que é um convênio entre o município e o governo federal. O CAP atende também as regiões de Mangaratiba, Paraty, Rio Claro.

Para o tradutor de Braille da escola, Rafael Ferreira, que também é deficiente visual, o sistema é de fundamental importância para a integração da pessoa com deficiência visual tanto na vida escolar, quanto na profissional.

- Utilizando o Braille o deficiente visual tem perfeitas condições de se integrar a sociedade e desempenhar várias funções. Lógico que hoje em dia a gente utiliza a informática, que é uma ferramenta de grande importância para o deficiente visual, através dos programas que ela nos oferece. Mas é interessante ressaltar que nenhum deles substitui o Braille. É importante a gente trabalhar com essas ferramentas juntas, mas sabendo que uma não substitui a outra - explica Rafael, que é funcionário público e formado em revisor de Braille pelo Instituto Benjamim Constant (IBC).