Casa de Cultura do Abraão recebe exposição

A história dos negro, da África até Angra dos Reis, chega à Ilha Grande

10 de fevereiro de 2014
"Cantos, tambores e saberes - as várias Áfricas de Angra dos Reis", esse é o nome da exposição que será aberta na próxima segunda-feira, 17, na Casa de Cultura do Abraão. O Centro Cultural fica aberto das 10h às 19h, e a mostra fica em exposição até o dia 27 de fevereiro.

A exposição "Cantos, tambores e saberes - as várias Áfricas de Angra dos Reis", que faz parte do acervo da Arquisaba (Associação de Remanescentes Quilombolas de Santa Rita do Bracuí), está em itinerância nos espaços culturais da Cultuar. A mostra esteve na Casa Larangeiras, durante a semana da Consciência Negra, e, sem seguida, no Convento São Bernadino de Sena.

Para a diretora cultural da associação, Luciana Adriano da Silva, levar a mostra para a Ilha Grande é contar a nossa história para o nosso povo.

- Este trabalho é muito importante para nossa comunidade. Estamos tão próximos dentro do município, mas não valorizamos nossa história e com a exposição, moradores e turistas poderão conhecer nossas lutas, nossa cultura - disse Luciana.

A exposição reúne fotografias, quadros, desenhos, vestuários e objetos musicais que contam a história dos negros, desde a África aos moradores negros do Bracuí, que, em 2012, obtiveram o reconhecimento do Governo do Estado do Rio de Janeiro e da Fundação Palmares como comunidade quilombola.

Os instrumentos musicais usados pelos povos africanos e inseridos nos cultos afros no Brasil, para celebrar a alegria e espantar os maus espíritos, dão o tom da exposição que conta ainda com a exibição do vídeo "Jongos, calangos e folias", produzido pela equipe da Universidade Federal Fluminense.

O presidente da Cultuar, Délcio José Bernardo, ressalta a importância da cultura quilombola em Angra.

- Angra tem uma ligação muito forte com a cultura negra. Muitos dos nossos costumes, da nossa arte e da nossa crença vêm da herança deixada pelo povo negro e queremos contar e valorizar essa história através dessa exposição -finalizou Délcio.


A mostra também homenageia um dos maiores líderes negros do Brasil - Zumbi dos Palmares - e sua luta pela libertação dos escravos, pela liberdade dos cultos religiosos e prática da cultura africana no Brasil.