“Fácil!” Assim a aluna Lara de Assis Albuquerque, de 17 anos, resumiu a utilização do tablet na identificação das regiões do Brasil, durante a aula de Geografia. A estudante é do 9º ano do Ensino Fundamental da Escola Municipal de Educação de Surdos e, como os demais, está utilizando a tecnologia no dia a dia das aulas.
A agilidade de Lara surpreendeu até mesmo o professor de Geografia, Davidson Azevedo, recém-chegado à escola. “Eles já nascem desprendidos e muito mais eficientes do que a gente”, disse o professor, afirmando que às vezes os alunos têm “uma pegada” muito rápida.
No caso de Lara, segundo avaliação de Davidson, ela concluiu com perfeição o objetivo: identificar com cores e legendas as regiões do país. O aplicativo utilizado nesta aula foi o Map Chart.
Facilidade semelhante é demonstrada pelo aluno Messias Mamedi Mariano da Silva, de 12 anos, do 3º ano do Fundamental. Ele possui deficiência auditiva bilateral de grau severo e durante a aula de Português, cuja tarefa foi montar palavras e frases por meio do aplicativo Ler e Contar, ganhou elogios ao mostrar agilidade no exercício.
“A cor e o layout são extremamente atrativos para nossos alunos, sem contar que o tablet me permite realizar jogos, dinâmica de grupos, tudo muito animado”, completou a professora de Português Cristiane Sacramento, acrescentando que os aplicativos são muito eficazes nas atividades, principalmente nos exercícios em que as crianças precisam reconhecer letras e montar palavras. “É tudo muito dinâmico e prático”.
CONQUISTAS
Em apenas um mês de aula, o aluno Enzo Gabriel Souza dos Santos, 8 anos, do 2° ano, com surdez profunda bilateral apresenta avanços no processo de alfabetização. Durante as atividades com o tablet, Enzo mostrou às professoras a construção de palavras com o aplicativo da plataforma Tempo de Aprender.
“Com o aplicativo e as interações em turma, tudo fica mais fácil, animado e estimulante, por isso, eles estão avançando nas atividades”, completou a diretora da unidade de ensino Elaine Jaques Sotero.
Para Guilherme do Rosário Rangel, com deficiência auditiva moderada, as aulas com tablet se tornaram muito mais diveridas. O aluno já consegue ler as primeiras palavras e construir pequenas frases, com o aplicativo Bini ABC.
FACILIDADES EM MENOS TEMPO
O tablet é acessibilidade e nos permite criar mais. Foi desta forma que a professora Cristiane Sacramento avaliou a utilização da tecnologia na elaboração e execução do programa de aulas de Português. “Agora quase não precisamos imprimir exercícios, pois os aplicativos nos ofertam inúmeras alternativas de dinâmica em sala de aula”.
No caso do professor Davidson, de Geografia, com a chegada do tablet, ele pode “aposentar” os projetores e as cópias. “Agora viajamos na tecnologia que está a nosso favor”, disse ele, no momento em que utilizava o aplicativo MapChart na sua aula de Geografia.
ESCOLA
A Escola Municipal de Educação de Surdos (Emes) atende 35 alunos em dois turnos - manhã e tarde - , com idades entre 2 e 18 anos. Os trabalhos são acompanhados por uma equipe técnico-pedagógica composta por uma pedagoga, fonoaudiólogo, assistente social e um psicólogo, que atende pais e alunos. A Emes é destaque ainda no Programa Acelibras (Grupo de Acessibilidade e LIBRAS) para surdos, surdo-cegos e com outras comorbidades. Na unidade, profissionais e pais de alunos também têm acesso ao curso de Libras, ministrado em três turmas.