A Prefeitura de Angra, por meio da Secretaria de Saúde, vai promover atividades educativas, de conscientização e de prevenção ao vírus HIV, nesta sexta-feira, 1º de dezembro, data alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids. As ações neste dia vão acontecer na Praça General Osório (Praça do PAM), entre 9h e 16h, e além das orientações e esclarecimentos das formas de contagio do vírus HIV, e conscientização sobre o tema, haverá também a distribuição de preservativos (camisinhas) e a realização de com testes rápidos de HIV, por punção digital, que indicam se há ou não presença do anticorpo do vírus HIV.
A presença do anticorpo mostra que a pessoa foi exposta ao vírus que provoca a Aids. O teste rápido é destinado ao uso do público em geral, e diagnostica de forma simples e rápida anticorpos contra HIV 1/2 por punção digital. Funciona com a coleta de gotas de sangue, semelhante aos testes já existentes para medição de glicose por diabéticos. Um trailer será disponibilizado para realização dos testes rápidos, que permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos.
Uma equipe do Programa Municipal de IST/Aids estará presente na tenda a ser montada na Praça General Osório, e os profissionais vão estar à disposição dos populares para fazerem perguntas e tirarem suas dúvidas. O programa IST/AIDS atende atualmente 687 pessoas, que hoje fazem tratamento. São 629 adultos, 10 adolescentes e 48 crianças. É importante esclarecer que o atendimento não é compulsório e por isso há pessoas que não se tratam.
Portadores de HIV que desejarem fazer o tratamento pelo programa IST/AIDS em Angra, devem procurar o CEM (Centro de Especialidades Médicos) no Centro da cidade. Lá serão acolhidos pela equipe, que conta com enfermeiro, assistente social, psicólogo e médico.
Números do HIV
Apesar de todo avanço nos tratamentos contra o HIV, esta infecção segue sendo um problema mundial e de números alarmantes. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde, no ano de 2015, 36,7 milhões de pessoas estão vivendo com o vírus do HIV, são 2,1 milhões de novas infecções, mais de 1 milhão de mortes por causas relacionadas ao HIV e estima-se que de 50-60% dos portadores de HIV não sabem do diagnóstico.
O diagnóstico precoce do HIV e o tratamento da infecção é a maior prevenção para novas transmissões e a maior garantia de expectativa de vida e perspectiva de qualidade de vida para as pessoas. O que mata não é o vírus, é não fazer o diagnóstico.
O relatório de 2016 do UNAIDS, órgão das Nações Unidas para lidar com a epidemia, diz que mais da metade de todas as pessoas que vivem com HIV no mundo (53%) agora têm acesso ao tratamento do HIV. Além disso, as mortes relacionadas à AIDS caíram quase pela metade desde 2005. A estratégia do órgão é acelerar o progresso na resposta ao HIV, de modo que, até 2020, 90% de todas as pessoas vivendo com HIV conheçam seu estado sorológico positivo para o vírus, 90% de todas essas pessoas diagnosticadas com HIV tenham acesso ao tratamento antirretroviral, e que 90% de todas as pessoas em tratamento tenham carga viral indetectável.
Os riscos de HIV entre adolescentes e jovens são maiores quando a transição de idade ocorre em ambientes desafiadores, com acesso insuficiente a alimentos, educação e moradia e com altas taxas de violência. Percepções de baixo risco de infecção, uso insuficiente do preservativo, e baixas taxas de testagem de HIV persistem entre os jovens. Das 4.500 novas infecções por HIV em adultos em 2016, 35% ocorreram entre jovens de 15 a 24 anos. Apesar das taxas de informação sobre o HIV terem aumentado, apenas 36% de homens jovens e 30% de mulheres jovens (entre 15-24 anos) tinha um conhecimento abrangente e correto sobre como prevenir o HIV nos 37 países com dados disponíveis para o período de 2011 e 2016.
No Brasil, aumentou o número absoluto de novos casos de Aids, em tendência contrária ao que se registra na média mundial. Dados divulgados em julho deste ano pela UNAids, apontam que o total de novas infecções a cada ano no Brasil aumentou em 3% entre 2010 e o ano passado. No mundo, essa taxa sofreu contração de 11%. A elevação no país é considerada pequena, passando de 47 mil novos casos em 2010 para 48 mil em 2016.