As oficinas do Projeto Orla chegaram à Ilha Grande. Ontem (28) e hoje (29), os ilhéus discutem e opinam sobre a gestão da orla de Angra dos Reis e ajudam na construção de seu Plano de Gestão Integrada. Os eventos acontecem simultaneamente nas praias da Vila do Abraão, Japariz e Bananal.
O projeto Orla em Angra foi iniciado em 2020, mas teve que ser interrompido por um período devido à pandemia. Ao ser retomado, com a realização da 1ª etapa de oficinas, chegou-se à conclusão de que seria importante ir até a Ilha Grande ouvir os moradores. E isso foi feito.
- Vimos que havia uma dificuldade muito grande de a população sair da Ilha Grande e ir para o continente participar das oficinas. Havia uma fragilização de toda essa riqueza da leitura que a própria comunidade, vivenciando o dia a dia, poderia trazer para a oficina para termos um Plano de Gestão Integrada que refletisse as necessidades da população da Ilha Grande – contou um dos facilitadores do Projeto Orla.
Mais de 30 pessoas, representando diversas entidades, como o Parque Estadual da Ilha Grande e a Associação dos Meios de Hospedagem da Ilha, participaram das discussões, nesta segunda-feira, na Casa de Cultura Constantino Cokotós, no Abraão. Eles puderam participar da elaboração do diagnóstico participativo. O mesmo foi feito nas oficinas nas praias do Japariz e Bananal, onde um barco disponibilizado pela Secretaria Executiva da Ilha Grande fez o transporte de moradores de outras localidades próximas.
- A participação da população da Ilha Grande é de primordial importância. Certamente ações e projetos serão feitos e decisões serão tomadas, e é importante essa participação, porque são essas pessoas que vivem, usufruem da localidade e a conhecem. Quando não tem essa participação, outras pessoas tomam a decisão por nós, muitas vezes sem o conhecimento in loco – destacou o presidente da Associação dos Meios de Hospedagem da Ilha Grande.
Concluídos os dois dias de oficina na Ilha Grande, haverá mais três dias de trabalho no Centro de Estudos Ambientais (CEA), na Praia da Chácara, entre quarta (30) e sexta-feira (1º de abril), quando será realizada uma grande plenária para fechar os diagnósticos participativos da Ilha Grande e do continente.
A partir daí virá uma nova etapa que será a elaboração de um plano de ação. Esse documento, junto com o diagnóstico participativo, vai compor o Plano de Gestão Integrada da Orla Marítima de Angra dos Reis (PGI), um dos elementos obrigatórios do termo, já assinado pela Prefeitura de Angra, de adesão à gestão de praias. Antes de ir para a votação na Câmara Municipal, o PGI será discutido em uma audiência pública.
- A sociedade se beneficiará do Projeto Orla a partir do momento em que ela estabelecer quais os obstáculos impedem que a sua realidade atual se torne uma realidade muito melhor. Há também o aproveitamento das potencialidades do município. Ao ser materializada em ações concretas, em ações sociais conjuntas com o governo, ela se beneficiará como um todo. Esse projeto visa à melhoria da qualidade de vida através de ações concretas e de projetos que possam vir a ser elaborados com esses objetivos – explicou o facilitador.
As oficinas do Projeto Orla são comandadas por profissionais do projeto Brasil, Essa é Nossa Praia, fruto de uma parceria entre o Departamento de Turismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte e o Ministério do Turismo (MTur).
Os eventos têm o apoio da Prefeitura de Angra por meio da TurisAngra, da Secretaria Executiva da Ilha Grande e da Secretaria de Planejamento e Parcerias, além de contar com a participação do Saae/Angra e do Instituto Municipal do Ambiente de Angra dos Reis (Imaar).